O governo federal avalia suspender a titularidade dos beneficiários que usarem o dinheiro do Bolsa Família nas chamadas bets, plataformas de apostas online. A perspectiva, com isso, é de que o recurso não deixaria de chegar à família, e sim seria recebido por outro integrante, de modo a evitar que o valor seja gasto dessa forma.
A sinalização foi feita pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, pasta federal responsável pelo Bolsa Família. Ele atua em conjunto com o Ministério da Saúde e o Ministério da Fazenda, além da Casa Civil, conforme adiantou a coluna Paulo Cappelli. O anúncio da proposta pode ser feita na próxima quarta-feira (2).
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As discussões em torno do direcionamento de recursos do Bolsa Família para as bets têm ganhado destaque desde a divulgação de dados, do Banco Central (BC), de que os beneficiários do auxílio gastaram aproximadamente R$ 3 bilhões com casas de apostas durante o mês de agosto de 2024. O BC aponta ainda que, dos cerca de 20 milhões de contemplados com o Bolsa Família, 5 milhões (equivalente a 25%) apostaram em bets no período.
O levantamento foi feito a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM), que pretende pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) que entre com ações judiciais para retirar do ar as páginas das casas de apostas na internet até que elas sejam regulamentadas pelo governo federal.
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Segundo a análise técnica do BC, o gasto médio ficou em R$ 100. Dos 5 milhões de apostadores, 70% são chefes de família e enviaram, apenas em agosto, R$ 2 bilhões às bets (67% do total de R$ 3 bilhões). O relatório inclui tanto as apostas em eventos esportivos como jogos em cassinos virtuais.