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Em entrevista, Emanuel Freitas, professor da Uece, destaca fragmentação partidária nas eleições

Em entrevista, Emanuel Freitas, professor da Uece, destaca fragmentação partidária nas eleições

Foto: GCC

Emanuel Freitas, coordenador do Doutorado em Políticas Públicas e professor de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará (Uece), falou sobre a forte fragmentação partidária nas eleições municipais de Fortaleza e como esse fator pode dificultar a governabilidade do próximo prefeito da Capital. A declaração ocorreu na tarde desta terça-feira (1º), durante o podcast Eleições na Cidade. Junto do apresentador Tiago Lima, o especialista discutiu o futuro da Câmara e alertou sobre as dificuldades que o próximo gestor enfrentará ao lidar com uma Câmara Municipal dividida e ideologicamente fragmentada.

“Como estamos assistindo a uma disputa pela prefeitura bastante competitiva, isso produzirá uma Câmara Municipal, do ponto de vista ideológico e partidário, bastante fragmentada”, destacou. Essa divisão entre diferentes blocos políticos torna difícil a construção de uma maioria estável para aprovar projetos e governar com eficiência.

Hoje, o PDT ocupa a maior bancada da Câmara, com 15 vereadores. O partido projeta eleger entre 12 e 13 vereadores, mas pode sofrer um enfraquecimento devido às divisões internas e à sua perda de popularidade. “O PDT não deve repetir o sucesso da eleição passada. A pouca competitividade do prefeito Sarto deverá refletir também na diminuição do número de cadeiras do partido”, comentou Freitas.

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Por outro lado, a Federação PT, PV e PCdoB tenta garantir entre seis e oito vagas, contando com o apoio de sindicatos e lideranças locais, como a ex-prefeita Luizianne Lins. Já o PL, representado por André Fernandes, visa eleger entre oito e dez vereadores. Nesse contexto, Bela Carmelo, esposa do deputado estadual Carmelo Neto, é um dos destaques, tentando transferir votos do eleitorado conservador para sua campanha.

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O professor Emanuel Freitas destacou que a fragmentação da Câmara criará grandes desafios para o próximo prefeito, independentemente de qual partido ocupe o Executivo. “Muito provavelmente, o prefeito eleito não terá uma maioria partidária ou mesmo da coalizão eleita para a Câmara Municipal. O resultado da eleição deverá não ser favorável em número de cadeiras para qualquer um dos quatro candidatos”, explicou.

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Formar alianças e garantir apoio para aprovar projetos será uma tarefa difícil, exigindo grande habilidade política e articulação. Como a Câmara Municipal será composta por diferentes blocos, o próximo prefeito terá que negociar intensamente para conseguir governar. “Seja qual for o prefeito, ele terá muito trabalho para reunir esses vereadores a seu favor. Isso será uma marca da próxima legislatura”, ressaltou Freitas.

Outro ponto discutido no podcast foi a possível polarização do segundo turno entre os blocos de esquerda e direita. O especialista acredita que Fortaleza se tornará um “laboratório” para observar como a polarização nacional pode impactar as eleições locais. “A eleição de 2022, que acabou bastante polarizada, contaminou também a disputa nas cidades.

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