A eleição que definirá o novo presidente dos Estados Unidos se encerra na próxima terça-feira, 5 de novembro, na disputa entre a vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, e o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano – o pleito, no entanto, ocorre com um sistema eleitoral bastante diferente do utilizado no Brasil. Entenda as diferenças.
A princípio, a eleição pode parecer semelhante à do Brasil: os eleitores vão às urnas e votam no candidato de sua escolha, de modo secreto. No entanto, há duas grandes diferenças. A primeira está na modalidade do voto, que, nos Estados Unidos, é facultativo – ou seja: no dia das eleições, o cidadão pode ir ou não ir às urnas, sem com isso ter qualquer prejuízo ou precisar apresentar qualquer justificativa.
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Isso também implica em um tipo diferente de campanha, na qual os candidatos precisam convencer os eleitores pouco mobilizados a participar das eleições. Como o voto não é obrigatório, a abstenção tende a ser expressiva, de modo que sai com a vantagem o candidato que consegue fazer com que seu eleitor saia de casa para votar.
A segunda principal diferença reside no somatório dos votos. Ao contrário do Brasil – onde vence quem tem a maioria dos votos individuais – nos Estados Unidos o voto do eleitor não é creditado diretamente ao seu candidato. Os votos dos eleitores valem pelo estado inteiro e servem para eleger delegados no Colégio Eleitoral. São estes que representarão os eleitores de sua unidade federativa na escolha final do futuro presidente.
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A Califórnia, por exemplo, estado mais populoso do país, vale 55 votos. Já o Havaí, um estado pequeno, com menos de 2 milhões de pessoas, soma apenas 4 votos para o candidato vencedor. Por isso, os candidatos lutam tanto para se dar bem em estados como Califórnia, Flórida e Texas, por exemplo, que, juntos, têm 133 delegados – quase 25% do total.
O número de delegados de cada estado é proporcional ao tamanho da população. O sistema, assim, permite que, no final das eleições, candidato X obtenha mais votos totais do que candidato Y e mesmo assim acabe derrotado, por ter perdido a disputa nos estados mais populosos. Isso porque quem vence em determinado estado leva todos os delegados dele, independente de a vitória ter sido por uma margem apertada ou por ampla maioria.
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Somando todos os 50 estados dos EUA (mais o distrito de Columbia), existem 538 delegados em disputa, e se torna presidente o candidato que assegurar o voto de pelo menos 270 deles.
Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton teve mais votos diretos, mas quem venceu a eleição foi Donald Trump, por ter conseguido os 270 votos necessários do Colégio Eleitoral.
Em geral, existem estados que são tradicionalmente republicanos (do partido de Trump), e outros democratas (do partido de Kamala Harris e do atual presidente Joe Biden). Com isso, os resultados nesses estados já estão dentro das expectativas. Assim, a briga de verdade acontece naqueles conhecidos como “swing states”, onde não há tanta fidelidade partidária e os resultados variam de acordo com cada eleição. Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia e mesmo a Flórida estão entre eles e podem ser decisivos.
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