Um caso suspeito da “Doença da Vaca Louca”, ou Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), foi registrado em Caratinga, Minas Gerais. O paciente, um idoso de 78 anos oriundo de Ubaporanga, está internado no Hospital Irmã Denise e apresenta sintomas que levantaram a suspeita da doença. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou que amostras do paciente foram coletadas e enviadas para análise na Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte. A seguir, saiba o que provoca a ‘doença da vaca louca’.

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Os sintomas da EEB incluem alterações neurológicas graves, como agitação motora, irritabilidade, alucinações e perda de memória. No caso específico do paciente, que é o único com sintomas registrados até o momento, a SES-MG não forneceu detalhes sobre a evolução clínica ou a gravidade do quadro. É importante ressaltar que a forma clássica da doença é transmitida principalmente pelo consumo de carne contaminada, mas até agora não há confirmação de que o paciente tenha consumido produtos bovinos contaminados.

Embora a suspeita inicial seja da EEB, os especialistas indicam que o quadro clínico pode estar mais associado à Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma condição neurodegenerativa semelhante. A DCJ pode ocorrer de forma esporádica e não está necessariamente ligada ao consumo de carne contaminada. O médico Fidel Meira, presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, explicou que a forma esporádica é a mais comum e representa cerca de 85% dos casos. Esta variante não é transmissível entre pessoas e sua causa ainda é desconhecida.

A SES-MG informou que está mantendo vigilância rigorosa sobre o caso e realizando diagnósticos diferenciais para garantir um atendimento adequado ao paciente. A identificação da proteína 14-3-3 no líquor é uma das ferramentas utilizadas para ajudar no diagnóstico da DCJ, embora a confirmação definitiva só possa ser feita após a morte do paciente por meio de exames neuropatológicos.

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O que provoca a ‘Doença da vaca louca’?

A EEB é causada por príons, que são proteínas infecciosas que podem induzir a alteração de outras proteínas normais no cérebro. Essa modificação resulta em danos cerebrais progressivos e fatais. Existem duas formas principais da doença: a forma clássica, que é transmitida pela ingestão de alimentos contaminados, como farinhas de carne e ossos de animais infectados, e a forma atípica, que ocorre espontaneamente em bovinos mais velhos. No Brasil, até o momento, apenas a forma atípica foi identificada, enquanto a forma clássica nunca foi detectada.

A preocupação com a saúde pública se intensifica devido à possibilidade de transmissão da variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ) para humanos, que pode ocorrer através do consumo de carne ou produtos derivados de bovinos infectados. A vDCJ é uma forma rara e fatal de encefalopatia que afeta principalmente jovens, podendo resultar em alterações motoras e psiquiátricas.

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