Denúncias de falta de medicamentos, insumos básicos e até alimentação precária revelam o colapso da unidade
Ministério Público pede bloqueio de R$ 19 milhões da Prefeitura para sanar crise no IJF
Fortaleza enfrenta uma crise de saúde pública no maior hospital de traumas do Ceará, o Instituto Dr. José Frota (IJF). Denúncias de falta de medicamentos, insumos básicos e até alimentação precária revelam o colapso da unidade, que já levou o Ministério Público do Ceará (MPCE) a pedir o bloqueio de R$ 19 milhões das contas da Prefeitura para regularizar a situação.

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O cuidador de um idoso internado há mais de um mês com fratura no fêmur, relata condições alarmantes.
“O antibiótico dele chegou a faltar. Tivemos que prolongar o tratamento por falta de medicamento. Também faltou fralda, algodão. Ele chegou a ficar dois dias sem banho porque não tínhamos como comprar o necessário na farmácia. É desumano”, afirmou Carlos Eduardo.
Já Francisca Carla, dona de casa e mãe de uma criança de 10 anos que aguarda há 20 dias por uma cirurgia, denuncia a falta de remédios básicos.
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“Aqui está faltando tudo: remédios para dor, antibióticos e até comida. É um descaso completo. Os profissionais fazem o possível, mas estão sem suporte.”
Franzé Rodrigues, comerciante, visitou um amigo que sofreu um acidente e precisa de cirurgia na coluna. Ele também critica a precariedade do atendimento.
“É revoltante. Meu amigo está sem mexer as pernas e não tem material para operar. As enfermeiras fazem o que podem, mas faltam medicamentos, lençóis e até itens básicos. É de cortar o coração ver o IJF nessa situação.”
Ministério Público pede bloqueio de R$ 19 milhões da Prefeitura para sanar crise no IJF
Segundo denúncias, a crise no IJF se agravou nos últimos dois meses. Médicos estão com salários atrasados, o que levou à suspensão de cirurgias. Insumos essenciais, como medicamentos e materiais hospitalares, são escassos, e a alimentação dos pacientes está comprometida.
Plácido Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza (Sintsaf), descreve o cenário como uma crise humanitária.
“Há mais de dois anos, enfrentamos esse problema. A falta de medicamentos e insumos se arrasta sem que a Prefeitura demonstre interesse em resolver. É inaceitável.”
Diante do colapso, o Ministério Público ingressou com uma ação civil pública para que a Prefeitura de Fortaleza e a Secretaria Municipal de Saúde adotem medidas urgentes. Ana Cláudia Uchôa, promotora de Justiça, explica a decisão.
“Pedimos o bloqueio de R$ 19 milhões das contas da Prefeitura, valor suficiente para suprir as carências do IJF pelos próximos três meses. Solicitamos também a aplicação de multas diárias aos gestores do hospital, da Secretaria de Saúde e ao prefeito, caso o abastecimento não seja regularizado.”
O IJF, referência no atendimento a traumas no Ceará, enfrenta um momento crítico que coloca em risco a vida de milhares de pacientes. O bloqueio judicial dos recursos é visto como uma medida extrema, mas necessária para restabelecer condições mínimas de funcionamento na unidade.
A Prefeitura de Fortaleza ainda não se manifestou sobre as denúncias nem sobre a ação do Ministério Público. Enquanto isso, pacientes, profissionais de saúde e familiares continuam enfrentando dificuldades diárias, aguardando respostas e ações concretas.
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