Segundo o relatório, Braga Netto participou ativamente da elaboração e da tentativa de execução do plano
Plano para matar Lula, Alckmin e Moraes foi discutido na casa de Braga Netto
A Polícia Federal (PF) revelou detalhes de uma investigação que aponta o envolvimento de Walter Braga Netto, general e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, no planejamento de um golpe de Estado que incluía um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo o relatório, Braga Netto participou ativamente da elaboração e da tentativa de execução do plano, que foi discutido em uma reunião realizada em sua residência no dia 12 de novembro de 2022. No encontro, estiveram presentes militares de alta patente, como o major Rafael Martins de Oliveira e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, além de outros envolvidos na conspiração.
A Polícia Federal destacou que, após essa reunião, iniciou-se o monitoramento das autoridades-alvo. Na conversa, discutiu-se a criação de um “gabinete de crise” que seria liderado pelos generais Augusto Heleno e Braga Netto, caso o golpe fosse bem-sucedido.
Entre as estratégias investigadas, os golpistas cogitaram envenenar o presidente Lula, explorando a sua “vulnerabilidade de saúde” e as frequentes idas a hospitais. Documentos apreendidos na casa do general Mário Fernandes, ex-assessor de Eduardo Pazuello, detalham o uso de substâncias químicas para causar um colapso orgânico em Lula.
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O plano também incluía a necessidade de eliminar Geraldo Alckmin, caso o presidente fosse morto, para garantir que a linha sucessória fosse interrompida. Os custos da operação, que somariam cerca de R$ 100 mil, incluíam hospedagem, alimentação e materiais necessários para a execução.
Braga Netto estava envolvido em plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes
Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Federal deflagrou uma operação para desarticular a organização criminosa. Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, incluindo os dos militares Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, e Mário Fernandes, além do policial federal Wladimir Matos Soares.
Ao todo, 15 medidas cautelares foram aplicadas, como a proibição de contato entre os investigados, entrega de passaportes, e suspensão do exercício de funções públicas. As ações ocorreram no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
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Ligação com aliados de Braga Netto e Bolsonaro
A investigação aponta ainda que outros nomes ligados ao governo Bolsonaro estavam envolvidos na conspiração. Entre eles:
- André de Souza Costa, ex-Secretário Especial de Comunicação Social;
- Anderson Vilela, ex-Secretário Adjunto da SECOM;
- Hidenobu Yatabe, coronel reformado e ex-chefe de assessoria da EBC;
- Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto;
- Adriano de Souza Azevedo, assessor estratégico do GSI;
- Darlan Sena Messias Larsssen, tenente-coronel que atuou como assessor de comunicação da Casa Civil e do GSI;
- Nelson Lacava Filho, promotor de justiça militar do Ministério Público Militar;
- Reginaldo Vieira de Abreu, de apelido “Velame”, então chefe de gabinete de Mario Fernandes; e
- “Cel Kormann”, que seria o coronel Jorge Luiz Kormann.
Os envolvidos são acusados de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e formação de organização criminosa. A operação reforça a gravidade da tentativa de interferência nas instituições democráticas brasileiras, indicando uma rede complexa de articulação. A Polícia Federal segue apurando o caso, enquanto as autoridades envolvidas continuam sob custódia e em processo de julgamento.
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