Hiroldo Franklin Gurgel Serra, ator, diretor e guardião de um dos legados mais importantes do teatro cearense, é um nome que atravessa gerações. Filho de Aroldo e Iramisa Serra, ícones do teatro no Ceará, Hiroldo cresceu envolto pelas narrativas e encantos dos palcos, e hoje carrega com orgulho a missão de perpetuar e inovar na arte cênica.
Em entrevista, Hiroldo relembra as histórias de seus pais e a origem da paixão pela arte. “Meus pais eram do rádio. Meu pai migrou para o teatro depois de assistir muitas peças no Theatro José de Alencar. Ele sempre contava que, por não ter dinheiro para os ingressos, pulava de um prédio vizinho, o chamado ‘pulo da morte’. Já minha mãe, apesar da resistência do meu avô militar, começou ajudando com figurinos e ensaiando na calçada junto com ele”, recorda.
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Aroldo Serra, patriarca da família, fundou em 1957 a Comédia Cearense, o grupo teatral mais antigo do Brasil em atividade contínua, que já encenou mais de 250 montagens. “Meu pai dizia: ‘Vou ficar aqui no Ceará e fazer teatro no Ceará’. Esse compromisso com a cultura local marcou sua trajetória e guia a nossa até hoje”, destaca Hiroldo.
Ator desde 1976, Hiroldo é formado em Pedagogia com especialização em Arte-Educação. Além de brilhar nos palcos e dirigir espetáculos, ele atua como professor, levando a arte para novas gerações. Em 2002, seus pais transformaram a antiga casa da família no bairro Rodolfo Teófilo em um espaço cultural que guarda acervos de figurinos, troféus e fotografias do grupo. “Hoje, esse lugar é mais que um centro cultural; é um símbolo da nossa história e uma ponte para o futuro do teatro”, afirma.
Entre os nomes que passaram pela Comédia Cearense está Luís Costa, jornalista, ator e integrante do grupo. “Tenho 26 anos de teatro, mas apenas seis dedicados à Comédia Cearense. Entrei em 2017, no espetáculo Morro do Ouro, última direção do mestre Aroldo Serra. Foi uma honra interpretar o mesmo personagem que ele viveu na década de 60. É um grupo que carrega enorme significação na história do teatro cearense”, declara.
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A Casa da Comédia Cearense mantém viva a essência de inclusão e transformação social. Com oficinas gratuitas para crianças, jovens e adultos, promove a formação artística e cidadã. Atualmente, cerca de 80 crianças participam de cursos e encenações como Alice no País das Maravilhas.
“Gosto de fazer teatro porque me sinto livre para expressar o que penso e o que sinto. É onde posso interpretar e fazer o público rir”, compartilha uma das jovens alunas.
Para Hiroldo, o teatro é mais que um palco: é a própria vida. “Carrego o legado dos meus pais e tento inspirar as próximas gerações a amar essa arte. O teatro é resistência, é emoção, é Fortaleza.”
Hiroldo Serra não apenas encena a história do teatro cearense, mas a escreve diariamente com paixão, determinação e um profundo amor pela arte.
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