Thiago foi preso em março de 2023, em Fortaleza, e o caso envolveu ainda denúncias de enriquecimento ilícito e atividades criminosas em diferentes áreas
Falso médico do Ceará que tinha vida de luxo é indiciado por seis crimes, incluindo lavagem de dinheiro e falsidade ideológica
O falso médico Thiago Celso Andrade Reges, de 38 anos, que levava uma vida de luxo no Ceará, foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por seis crimes: peculato, estelionato, exercício ilegal da medicina, falsidade de documento, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Thiago foi preso em março de 2023, em Fortaleza, e o caso envolveu ainda denúncias de enriquecimento ilícito e atividades criminosas em diferentes áreas.
Thiago Reges falsificou um diploma de medicina supostamente emitido pela Universidad Privada Abierta Latinoamericana (UPAL), na Bolívia, e conseguiu revalidá-lo junto à Universidade Estadual do Ceará (Uece). Com o diploma fraudulento, ele obteve registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) e passou a atuar ilegalmente em hospitais de municípios como Itapajé, Mulungu, Baturité e Pentecoste.
Somente em Itapajé, Thiago recebia um salário de R$ 42.500 mensais, enquanto em Baturité acumulou mais de R$ 28 mil em pagamentos entre novembro de 2022 e março de 2023. As irregularidades foram descobertas quando a Uece constatou que o diploma apresentado por Thiago nunca havia sido emitido pela universidade boliviana.
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Nas redes sociais, Thiago ostentava uma vida de luxo, com fotos em carros caros e ao lado de celebridades. Investigações apontaram que ele comprou, à vista, um veículo de R$ 475 mil, registrado no nome de sua mãe, e realizava depósitos frequentes em caixas eletrônicos sem ligação com atividades comerciais. Além disso, suas visitas regulares ao aeroporto em horários de voos para a Bolívia levantaram suspeitas de vínculos com o país onde já havia mantido residência. A polícia também descobriu que Thiago alugava uma baia em um haras para guardar um cavalo, apresentando-se como criador de animais para justificar seus bens, mesmo sem atividade real no setor.
Além dos crimes investigados no Ceará, Thiago Celso tem um histórico ligado ao tráfico internacional de mulheres. Ele foi condenado em 2013 a cinco anos e seis meses de prisão por envolvimento na Operação Delivery, que desarticulou uma rede de prostituição e exploração sexual de mulheres, incluindo menores de idade, em Rio Branco, no Acre. Na época, as autoridades identificaram um esquema de aliciamento e tráfico internacional envolvendo outros denunciados. Atualmente, Thiago está em liberdade por decisão de habeas corpus.
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Com a conclusão do inquérito, o 27º Distrito Policial, responsável pelas investigações, encaminhou o procedimento ao Poder Judiciário. Thiago Reges pode responder por uma série de crimes que envolvem fraudes, enriquecimento ilícito e prática ilegal da medicina. O Ministério Público já aceitou a denúncia, e o caso aguarda julgamento.
As autoridades seguem investigando o alcance total das ações de Thiago e a origem de seu patrimônio. A Polícia Civil suspeita que ele operava uma rede de “laranjas” para ocultar bens e pode estar envolvido em outros crimes de grande complexidade.
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