O humorista e influenciador Nego Di, nome artístico de Dilson Alves da Silva Neto, deixou a Penitenciária Estadual de Canoas 1 (Pecan 1), na Região Metropolitana de Porto Alegre, na noite desta quarta-feira (26). A soltura ocorreu após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder um habeas corpus.
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“Deus é o maior, só isso que eu tenho pra dizer”, declarou Nego Di ao sair da unidade prisional. Em seguida, o influenciador entrou em um carro preto e pendurou uma camiseta com a frase “Deus é o maior” na janela do veículo.
Nego Di estava em prisão preventiva desde 14 de julho, acusado de participar de um esquema de vendas fraudulentas em sua loja virtual, Tá di Zuera, em que produtos comprados por clientes não foram entregues.
A decisão pela liberdade foi do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do STJ. Ele destacou que os crimes denunciados ocorreram em 2022, que a investigação foi concluída e que a ação penal está em andamento, além de ressaltar que os crimes não envolveram violência ou ameaça grave.
O ministro também considerou pontos favoráveis ao humorista, como o fato de ele ser réu primário e possuir residência fixa. Apesar disso, condições foram impostas para a liberdade provisória, entre elas:
- Comparecimento periódico à Justiça para justificar atividades;
- Proibição de mudança de endereço sem autorização judicial;
- Proibição de deixar a comarca sem autorização prévia;
- Proibição de usar ou frequentar redes sociais;
- Entrega do passaporte às autoridades.
Segundo a defesa de Nego Di, ele não teria participado do esquema com a intenção de causar prejuízo e teria buscado ressarcir as 18 vítimas inicialmente identificadas. A advogada Tatiana Borsa declarou que o humorista está tranquilo e ciente das condições para sua liberdade.
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A Polícia Civil estima que o número de vítimas do esquema de vendas fraudulentas possa chegar a 1,8 mil, com prejuízos que somam cerca de R$ 5 milhões. A investigação mostrou que o influenciador teria recebido R$ 300 mil em apenas 50 dias de operação da loja.
De acordo com o delegado Marco Guns, o mentor do esquema foi o sócio de Nego Di, Anderson Boneti, mas há indícios de que o humorista estava ciente das irregularidades. “Por volta de abril de 2022, ele já tinha condições de perceber que algo errado estava acontecendo. Por isso, ele foi indiciado com dolo eventual”, explicou o delegado.
O caso segue em análise pela Justiça. Enquanto isso, Nego Di poderá responder às acusações em liberdade, cumprindo as medidas impostas. O processo agora avançará para julgamento, e o humorista poderá apresentar novas provas e testemunhas para sua defesa.
A investigação permanece em andamento para identificar todas as vítimas e dimensionar o impacto total do esquema.
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