MINISTÉRIO PÚBLICO

MP denuncia falso médico do Ceará por falsificação de documentos, peculato e exercício ilegal da profissão

Thiago Celso Andrade Reges, de 38 anos, já havia sido indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por seis crimes

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29 de novembro de 2024
Portal GCMAIS

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) apresentou denúncia sobre Thiago Celso Andrade Reges, “falso médico” que exercicia a profissão ilegalmente e ostentava vida de luxo nas redes. Ele foi denunciado por falsificação de documentos, peculato e exercício ilegal da profissão.

MP denuncia falso médico do Ceará por falsificação de documentos, peculato e exercício ilegal da profissão
Foto: Reprodução

Na denúncia, o MP reforça que o acusado teria falsificado o diploma de graduação de uma universidade boliviana para obter registro no Conselho Regional de Medicina do Ceará e revalidar o diploma junto à Fundação Universidade Estadual do Ceará (Funece). Com isso, Thiago teria sido contratado pelas prefeituras dos municípios de Barreira, Baturité, Mulungu e Pentecoste, onde atuou ilegalmente entre 2020 e 2023.

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A peça acusatória destaca que ele “alterou a verdade sobre fato juridicamente relevante, exercendo ilegalmente a medicina e apropriando-se de dinheiro público de diversos municípios em que foi contratado, por meio de Cooperativa de Trabalho, como médico”. Ainda conforme a 93ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, “o denunciado detinha a condição de funcionário público, oportunidade em que se apropriou de dinheiro público, praticando crime de peculato”.

A denúncia foi feita nesta quinta-feira (28), por meio da 93ª Promotoria de Justiça de Fortaleza.

O caso

Thiago Celso Andrade Reges, de 38 anos, já havia sido indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE) por seis crimes: peculato, estelionato, exercício ilegal da medicina, falsidade de documento, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em março de 2023, em Fortaleza, e o caso envolveu ainda denúncias de enriquecimento ilícito e atividades criminosas em diferentes áreas.

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O homem falsificou um diploma de medicina supostamente emitido pela Universidad Privada Abierta Latinoamericana (UPAL), na Bolívia, e conseguiu revalidá-lo junto à Universidade Estadual do Ceará (Uece). Com o diploma fraudulento, ele obteve registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) e passou a atuar ilegalmente em hospitais de municípios como Itapajé, Mulungu, Baturité e Pentecoste.

Somente em Itapajé, Thiago recebia um salário de R$ 42.500 mensais, enquanto em Baturité acumulou mais de R$ 28 mil em pagamentos entre novembro de 2022 e março de 2023. As irregularidades foram descobertas quando a Uece constatou que o diploma apresentado por Thiago nunca havia sido emitido pela universidade boliviana.

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As autoridades seguem investigando o alcance total das ações de Thiago e a origem do patrimônio dele. A Polícia Civil suspeita que ele operava uma rede de “laranjas” para ocultar bens e pode estar envolvido em outros crimes de grande complexidade.

Ostentação

Nas redes sociais, Thiago ostentava uma vida de luxo, com fotos em carros caros e ao lado de celebridades. Investigações apontaram que ele comprou, à vista, um veículo de R$ 475 mil, registrado no nome de sua mãe, e realizava depósitos frequentes em caixas eletrônicos sem ligação com atividades comerciais. Além disso, suas visitas regulares ao aeroporto em horários de voos para a Bolívia levantaram suspeitas de vínculos com o país onde já havia mantido residência. A polícia também descobriu que Thiago alugava uma baia em um haras para guardar um cavalo, apresentando-se como criador de animais para justificar seus bens, mesmo sem atividade real no setor.

Leia também | Homem suspeito de produzir documentos falsos para facção criminosa é preso em Fortaleza

Tráfico de mulheres

Além dos crimes investigados no Ceará, Thiago Celso tem um histórico ligado ao tráfico internacional de mulheres. Ele foi condenado em 2013 a cinco anos e seis meses de prisão por envolvimento na Operação Delivery, que desarticulou uma rede de prostituição e exploração sexual de mulheres, incluindo menores de idade, em Rio Branco, no Acre. Na época, as autoridades identificaram um esquema de aliciamento e tráfico internacional envolvendo outros denunciados.

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