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Morte de criança no CE foi causada por ‘ameba comedora de cérebro’, diz Ministério da Saúde

Criança do Ceará morreu vítima de infecção causada pela "ameba comedora de cérebro", diz Ministério da Saúde

Foto: Reprodução

Uma criança de 1 ano e 3 meses, residente em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, morreu vítima de uma infecção causada pela Naegleria fowleri, conhecida como a “ameba comedora de cérebro”. O óbito ocorreu em 19 de setembro de 2024, apenas sete dias após o início dos sintomas.

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A confirmação do caso foi divulgada nesta terça-feira (10) pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual da Saúde do Ceará (Sesa). Este é o segundo registro conhecido da doença no Brasil, sendo o primeiro documentado em 1975, no estado de São Paulo.

A criança foi inicialmente atendida em um posto de saúde de Caucaia no dia 12 de setembro e posteriormente encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região. O caso foi tratado inicialmente como uma infecção viral comum, mas evoluiu rapidamente para sintomas neurológicos graves, levando à suspeita de meningoencefalite amebiana.

O diagnóstico foi possível após análise da necropsia e exames histopatológicos, com a confirmação realizada pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Segundo Antonio Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, a colaboração da família na autorização da necropsia foi essencial para identificar a causa.

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A Naegleria fowleri é uma ameba de vida livre que vive em ambientes aquáticos, especialmente em águas quentes como lagoas, rios e açudes. A infecção ocorre quando a água contaminada entra pelas narinas, geralmente durante atividades como mergulhos. A ameba migra pelo nervo olfatório até o cérebro, causando a meningoencefalite amebiana primária (PAM), uma inflamação severa e destrutiva.

A taxa de letalidade da PAM é de 97%, com pouquíssimos casos de sobrevivência registrados no mundo. No caso de Caucaia, a suspeita é de que a criança tenha sido infectada durante um banho em casa, e não em um corpo d’água natural.

A doença não é transmitida pela ingestão de água contaminada nem de pessoa para pessoa.

Diversos órgãos estão envolvidos na investigação do caso, incluindo o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (LACEN-CE) e vigilâncias epidemiológica, ambiental e sanitária. A parceria com o Instituto Adolfo Lutz foi fundamental para confirmar o diagnóstico.

Embora extremamente rara, a infecção por Naegleria fowleri alerta para os cuidados em relação ao contato com água, especialmente em ambientes aquáticos quentes. Autoridades de saúde recomendam evitar a entrada de água pelo nariz durante mergulhos em lagos, rios e açudes.

A Secretaria Estadual da Saúde reforça que o caso está sendo monitorado e ações de conscientização sobre os riscos da exposição à água contaminada serão intensificadas.

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