O encontro ocorre em meio ao nervosismo do mercado, marcado por uma alta expressiva do dólar
Futuro presidente do BC aconselha Lula a conversar mais e brigar menos
Durante uma confraternização com ministros e aliados no Palácio da Alvorada, nesta sexta-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou um conselho recebido de Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central (BC). Galípolo, que assumirá o comando do BC em janeiro de 2025, sugeriu a Lula que “converse mais e brigue menos”, em um momento em que a relação entre o governo e o mercado financeiro está sob forte tensão.
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O encontro ocorre em meio ao nervosismo do mercado, marcado por uma alta expressiva do dólar, que chegou a R$ 6,30 na quinta-feira, acumulando uma valorização de 25% no ano. O aumento reflete a apreensão dos agentes econômicos sobre a responsabilidade fiscal do governo e as medidas propostas para conter gastos.
Lula também publicou um vídeo ao lado de ministros e de Gabriel Galípolo, no qual reafirmou o compromisso do governo com a estabilidade econômica e o combate à inflação. O presidente garantiu que não haverá interferência na gestão do futuro chefe da autoridade monetária.
Futuro presidente do BC aconselha Lula a conversar mais e brigar menos
“Quero que você saiba que jamais, jamais haverá da parte da presidência qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no Banco Central”, declarou Lula, desejando sorte a Galípolo em sua futura missão.
Embora tenha evitado ataques diretos ao Banco Central, Lula reiterou seu incômodo com os juros elevados, atualmente em 12,25% ao ano, sob a gestão de Roberto Campos Neto. O tema, que frequentemente gera críticas públicas do presidente, foi tratado de forma mais amena no evento, em um possível gesto de conciliação com o mercado financeiro.
O encontro no Palácio da Alvorada foi marcado por debates sobre a relação do governo com o mercado, especialmente diante das incertezas econômicas. O nervosismo recente foi agravado por dúvidas sobre a eficácia do pacote de corte de gastos anunciado pelo governo e sobre a condução da política fiscal no próximo ano.
Com o futuro comando do Banco Central definido e em meio a declarações mais conciliadoras, o governo busca demonstrar comprometimento com a estabilidade econômica, em um esforço para recuperar a confiança dos investidores. A postura de Galípolo e seu diálogo próximo com Lula podem ser determinantes para essa relação em 2025.
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