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Meta autoriza discurso de ódio com insultos homofóbicos, misóginos e xenofóbicos nos EUA

Usuários relatam instabilidade no Instagram e Facebook nesta terça-feira (5)

Foto: Reprodução

A Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta terça-feira (7) mudanças em sua política de moderação de conteúdo para os Estados Unidos, permitindo, em determinados contextos, discurso de ódio como insultos de caráter homofóbico, transfóbico, xenofóbico e misógino. A medida acompanha a chegada do presidente eleito Donald Trump ao poder e foi apresentada como parte de uma atualização nos critérios de remoção de discurso de ódio.

Segundo texto publicado no site oficial da Meta, a empresa permitirá linguagem ofensiva em discussões sobre temas políticos ou religiosos, como imigração, direitos transgêneros e homossexualidade. A empresa também justificou a permissão de insultos direcionados a gêneros em contextos de rompimentos românticos.

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“Às vezes, as pessoas xingam um gênero no contexto de um rompimento romântico. Nossas políticas são projetadas para permitir espaço para esses tipos de discurso”, afirma o comunicado da Meta.

Além disso, a Meta passou a autorizar a associação de homossexualidade ou transsexualidade a doenças mentais, uma mudança que especialistas consideram preocupante. As novas regras, segundo a empresa, serão aplicadas inicialmente nos Estados Unidos, mas a expansão para outros países ainda não foi confirmada. Questionada pela Agência Brasil sobre a possibilidade de implementação no Brasil, a empresa não respondeu até o fechamento da reportagem.

Em declaração, o fundador da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que as alterações buscam “promover o diálogo” e que trabalhará com o governo de Trump para enfrentar iniciativas de outros países que criam regulações para o ambiente digital.

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Meta e as mudanças sobre discurso de ódio

A decisão da Meta gerou fortes críticas de especialistas e organizações que combatem a desinformação e o discurso de ódio. Para Ana Regina Rego, professora da Universidade Federal do Piauí e fundadora da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), as mudanças representam um “grave retrocesso” na proteção contra discursos discriminatórios.

“Essa violência simbólica que é permitida no ambiente digital tende a ser transferida para o mundo físico, gerando consequências reais e trágicas. Permitir insultos e violência verbal não é só uma questão de discurso, é abrir espaço para uma cultura de ódio que desumaniza grupos vulneráveis”, afirmou a professora. Rego destacou ainda que a permissividade em casos de misoginia durante rompimentos românticos é alarmante, considerando os altos índices de feminicídio registrados globalmente.

Impacto político

As novas políticas também foram vistas como um possível alinhamento estratégico com o governo de Donald Trump, frequentemente acusado de declarações discriminatórias contra mulheres, imigrantes e a comunidade LGBTQIA+. As mudanças podem fortalecer discursos polarizados e promover maior liberdade para retóricas ofensivas nas plataformas.

Organizações de direitos humanos e especialistas alertam para o potencial agravamento de tensões sociais e para os riscos associados à normalização de discursos de ódio online.

*Com informações da Agência Brasil.

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