A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga novos indícios de envenenamento envolvendo Deise Moura dos Anjos, suspeita de causar a morte de três pessoas ao servir um bolo contaminado com arsênio em uma confraternização familiar em Torres, no litoral gaúcho. Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, responsável pelo caso, há suspeitas de que Deise também teria colocado a substância em um suco de manga consumido pelo marido e pelo filho em dezembro, dias antes do incidente com o bolo.
A suspeita surgiu após perícia realizada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP-RS), que identificou traços de arsênio no organismo de Diego dos Anjos, marido da acusada, e da criança. Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta terça-feira (21), Veloso declarou que o consumo do suco “não foi acidental” e que mais detalhes não podem ser divulgados no momento. “Ao que tudo indica, não foi acidental o consumo do suco, seja por parte do marido, seja por parte do filho da investigada”, afirmou o delegado.
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Notas fiscais e ingredientes contaminados
A investigação revelou que Deise realizou ao menos duas compras de arsênio, comprovadas por notas fiscais encontradas no celular apreendido dela. A suspeita é de que ela teria contaminado a farinha usada no preparo do bolo, feito por sua sogra, Zeli Teresinha dos Anjos. O bolo foi servido durante um café da tarde com a família, no qual seis pessoas consumiram o alimento. Três delas morreram: Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos; Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos; e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos.
Outras duas pessoas, incluindo Zeli e uma criança de 10 anos, também sofreram intoxicação, mas se recuperaram após internação hospitalar. Zeli ficou três semanas internada e prestou depoimento na segunda-feira (20), assim como Diego, contribuindo para reforçar a tese de que Deise foi a responsável pelos envenenamentos.
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Investigação ampliada
Além do caso do bolo envenenado com arsênio, a suspeita também é investigada pela morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro. Na época, a causa do óbito foi atribuída a uma suposta intoxicação alimentar, mas a exumação do corpo revelou a presença de arsênio. A suspeita é que ela teria contaminado leite em pó consumido por ele.
Deise está em prisão temporária desde o dia 5 de janeiro, com prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito. Segundo o delegado, ela será ouvida ao final da investigação. A polícia segue reunindo provas para consolidar o caso, enquanto o teor detalhado dos depoimentos de Zeli e Diego permanece sob sigilo.
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