Na noite de sexta-feira (24), imagens registradas na saída de um avião no Aeroporto Internacional de Manaus (AM) geraram forte repercussão. Um grupo de deportados dos Estados Unidos desembarcou algemado e com os pés acorrentados, após uma viagem que tinha Belo Horizonte como destino final, mas que precisou ser interrompida devido a um problema técnico na aeronave. O voo, com 158 deportados a bordo, foi inicialmente planejado para seguir para Minas Gerais com uma conexão em Manaus, mas o voo foi cancelado.
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A Polícia Federal não revelou a nacionalidade de todos os passageiros, mas confirmou que 88 dos deportados eram brasileiros. Enquanto aguardavam pela chegada de outro avião, os deportados permaneceram no aeroporto, em colchões no chão, recebendo alimentos e cuidados médicos fornecidos pelo poder público local.
A situação, inicialmente marcada por cenas de constrangimento, gerou tensão entre os Estados Unidos e o Brasil, especialmente com relação à maneira como os deportados estavam sendo tratados. Oficiais americanos haviam insistido para que os brasileiros permanecessem algemados até a chegada de um novo voo, mas o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, negou a autorização, afirmando que, em território brasileiro, os deportados não podiam ser mantidos dessa forma, pois são cidadãos livres e a questão envolve soberania nacional.
Em resposta à negativa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), um KC-30, para transportar os deportados até Belo Horizonte sem as algemas. A aeronave da FAB, que chegou a Manaus na tarde deste sábado (25), decolou para o destino final às 16h45 (horário local), com a assistência de uma equipe de profissionais de saúde para garantir o acompanhamento médico durante o voo.
Deportados dos EUA chegam ao Brasil algemados e com pés acorrentados
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Em suas declarações, a secretária da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Jussara Pedrosa, destacou a importância do atendimento humanizado durante o período de espera. “A principal solicitação aqui é o atendimento humanizado. Estamos presentes para garantir que os direitos desses cidadãos sejam preservados”, disse Pedrosa.
O episódio ocorre no contexto de uma crescente política de deportação dos Estados Unidos, especialmente com o governo de Donald Trump, que, de acordo com a Casa Branca, tem realizado uma grande operação de deportação em massa, com centenas de imigrantes ilegais já deportados desde a posse do presidente. Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, confirmou, através de uma rede social, que entre os deportados há diversos indivíduos com histórico criminal, incluindo suspeitos de terrorismo e membros de gangues internacionais.
Embora esse tenha sido o primeiro voo de deportados com destino ao Brasil sob o novo governo de Trump, há indícios de que alguns dos deportados ainda foram detidos durante o mandato de Joe Biden, que se encerrou no dia 20 de janeiro.
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O incidente no aeroporto de Manaus levanta questões sobre a soberania do Brasil em lidar com cidadãos deportados, especialmente quando envolve os direitos humanos. Enquanto o governo brasileiro garante a dignidade dos deportados, a questão segue sendo um reflexo das tensões políticas entre os dois países e da complexa situação dos imigrantes nos Estados Unidos.
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