O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de provocações e hostilidade por parte de torcedores vascaínos durante o clássico entre Vasco e Fluminense na noite de quarta-feira (5), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Bolsonaro, acompanhado de seu filho Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro e torcedor do Vasco, foi à partida, mas não encontrou uma recepção amistosa por parte dos torcedores do Cruzmaltino.
>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<
Imagens e vídeos que circularam rapidamente pelas redes sociais mostram a torcida vascaína gritando em coro: “uh, vai ser preso“, em clara referência às investigações que envolvem o ex-presidente. O grito foi seguido de uma reação visível de desconforto por parte de Bolsonaro, que, diante da hostilidade, optou por se afastar da região onde estava sentado. O movimento de Bolsonaro de deixar o local foi comemorado por parte da torcida, conforme registraram as câmeras.
Torcedores vascaínos hostilizam Bolsonaro em estádio de Brasília: “uh, vai ser preso”
A frase “vai ser preso” lançada pela torcida vascaína está diretamente ligada ao contexto político atual envolvendo o ex-presidente. Jair Bolsonaro está sendo investigado por sua possível participação nos eventos que antecederam o ataque ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023, além de sua tentativa de incitar um golpe de Estado. No final de 2024, a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro no inquérito que apura as ações relacionadas ao golpe, e o relatório da PF foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que repassou as acusações à Procuradoria-Geral da República (PGR) para formalizar as denúncias.
Esse processo jurídico em andamento tem gerado grande repercussão na política brasileira, e a lembrança desse cenário nas arquibancadas durante o jogo foi o combustível para a provocação dos torcedores.
A reação dos torcedores vascaínos não foi uma surpresa para muitos, já que o futebol tem sido, ao longo dos anos, um espaço em que discussões políticas e sociais frequentemente se refletem nas arquibancadas. A relação conturbada de Bolsonaro com diversos setores da sociedade, especialmente com opositores e parte do público, também tem sido um tema recorrente em manifestações de torcidas organizadas e cidadãos comuns.
Por outro lado, o ex-presidente, que chegou ao jogo em um momento de apoio familiar, teve que lidar com a hostilidade do público presente. Não foi a primeira vez que Bolsonaro foi alvo de manifestações de repúdio em eventos públicos, dado seu histórico de divisões políticas e sociais durante seu tempo no poder.
A denúncia contra Bolsonaro, que deverá ser formalizada pela PGR, faz parte de um conjunto de investigações que envolvem o ex-presidente no que diz respeito a sua conduta durante o período eleitoral e após a sua derrota nas eleições de 2022. Além do episódio de janeiro de 2023, Bolsonaro enfrenta outras questões legais, como a investigação de sua tentativa de fraudar o sistema eleitoral e de incentivar atos antidemocráticos.
>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<
O ex-presidente se tornou uma figura polarizadora no Brasil, com uma base de apoio fiel, mas também um grande número de opositores que não hesitam em expressar seu descontentamento, seja nas ruas, seja nas arquibancadas dos estádios. O episódio em Brasília ilustra como o futebol segue sendo um reflexo das tensões políticas que marcam o cenário brasileiro.
O gesto de hostilidade de parte da torcida vascaína pode afetar, de certa forma, a relação de Bolsonaro com a comunidade de torcedores do clube. Embora ele seja um torcedor declarado do Vasco, as divisões políticas e a polarização crescente no país têm tornado essas situações de difícil conciliação, especialmente em um ambiente como o do futebol, onde a emoção está à flor da pele.
A hostilidade também levanta questões sobre o papel das torcidas nos eventos esportivos. Se, por um lado, o futebol é um espaço de diversão e paixão, por outro, ele também tem sido palco de intensas manifestações políticas, refletindo a realidade social e política do país. Nesse sentido, episódios como o de ontem são apenas um exemplo de como o esporte e a política continuam entrelaçados no Brasil.
O jogo, que deveria ser uma celebração do esporte, foi transformado em um campo de batalha simbólica, onde as divisões políticas se manifestaram de forma clara e agressiva. A atitude da torcida vascaína deixou claro que, no Brasil, o futebol continua sendo uma arena para a expressão de opiniões políticas e sociais, além de ser uma vitrine de tensões ideológicas no país.
Leia também | Janeiro de 2025 foi o mês mais quente já registrado no planeta, indica levantamento
>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<