O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025, durante evento no Rio de Janeiro, que qualquer pessoa que tenha a intenção de disputar a presidência contra ele nas eleições de 2026 terá que ir às ruas e fazer campanha ao lado do povo. Lula fez as declarações durante a assinatura de concessão de um Terminal do Porto de Itaguaí, evento que, no entanto, ganhou contornos de um discurso político de campanha.

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No seu pronunciamento, Lula reafirmou seu compromisso com o povo brasileiro e ressaltou que, para quem quer desafiá-lo nas urnas, o lugar é nas ruas, nos locais de trabalho e de convivência do trabalhador. “Quem quiser disputar comigo tem que ir pra rua, tem que me enfrentar na rua, na porta de fábrica, na porta do estaleiro, na porta da Petrobras, do Banco do Brasil, na rua, conversando com o povo, porque é para isso que fui eleito, para melhorar a vida do povo brasileiro”, declarou.

O evento também marcou a oportunidade para Lula comentar sua saúde, já que, em outubro de 2024, o presidente sofreu uma queda em casa, batendo a cabeça e ficando fora de circulação por algum tempo. O presidente, que completará 80 anos em outubro deste ano, afirmou que, após exames médicos, está “melhor aos 79 do que quando tinha 50” e se disse pronto para continuar seu trabalho à frente do país. “Tenho saúde de 30 e vontade política de 20″, afirmou, aludindo a um recente check-up no qual foi elogiado pela sua condição física.

Lula diz que quem duiser disputar as eleições de 2026 vai ter que “enfrentá-lo na rua”

Em seguida, o presidente fez questão de destacar sua experiência como trabalhador e metalúrgico, afirmando que conhece a realidade da classe trabalhadora como poucos. “Vou trabalhar para provar que um metalúrgico, sem diploma universitário, pode não ter entendimento dos livros que lê, mas ninguém entende a alma do trabalhador como eu, porque eu nasci no meio de vocês, me criei no meio de vocês e vivo entre vocês”, disse.

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O evento também se tornou palco para críticas contundentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário nas eleições de 2022, e aos aliados do ex-presidente, incluindo o general Walter Souza Braga Netto. Embora não tenha mencionado o nome de Bolsonaro, Lula fez referências diretas ao ex-mandatário e seu governo, chamando-o de “aloprado” e criticando seu comportamento durante a pandemia da Covid-19.

Lula acusou Bolsonaro de ter sido responsável por milhares de mortes devido ao seu discurso negacionista e ao ataque sistemático às vacinas, algo que, segundo ele, deixou o Brasil em uma posição desastrosa durante a crise sanitária global. O presidente também não poupou críticas ao comportamento de Bolsonaro e seus familiares, alegando que “só sabem mentir”.

Além disso, o presidente se referiu a um plano de morte contra ele, conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, que teria sido arquitetado por militares das Forças Especiais do Exército, com o apoio do general Braga Netto. Esse plano foi revelado no contexto das investigações sobre as tentativas de golpe de Estado que marcaram o fim do governo Bolsonaro, incluindo a tentativa de subverter os resultados das eleições de 2022.

Por fim, Lula não se esquivou de falar de sua saúde mental e de sua disposição para seguir governando. Ele brincou com a possibilidade de que, devido à sua queda e aos obstáculos que enfrentou, alguns poderiam ter imaginado que ele pararia de fazer política. “Se alguém pensava que eu ia parar de fazer política por causa da cabeça, se prepare, porque o Lulinha tá melhor aos 79 do que aos 50”, afirmou, reforçando seu vigor e determinação.

Com o clima de campanha em alta, o discurso de Lula reflete a preparação do presidente para a disputa eleitoral de 2026, deixando claro que, para vencê-lo, será necessário enfrentar o eleitorado de perto, como ele fez ao longo de sua trajetória política.

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