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Qual foi o conclave mais longo da história? Saiba como funciona a escolha do Papa

Como é feita a escolha do novo Papa? Saúde de Francisco leva pergunta sobre sucessão

Foto: Reprodução

O conclave é o processo de escolha ou eleição pelo qual a Igreja Católica elege um novo papa após a morte ou renúncia do pontífice em exercício. Este sistema, que remonta ao século XI, foi criado para evitar longos períodos de vacância papal, que poderiam causar crises internas na Igreja. O termo “conclave” deriva do latim cum clavis, que significa “com chave”, referindo-se ao isolamento dos cardeais durante a votação. Confira a seguir todos os detalhes sobre o conclave e qual foi o mais longo da história.

Eleição do Papa: contexto histórico do conclave

A eleição papal em questão se deu em um período conturbado da história da Igreja. A Sé de Pedro estava vacante há quase três anos, e a necessidade de uma nova liderança era urgente. A situação se complicou devido à rivalidade entre dois grupos principais de cardeais: os franceses e os italianos. Nenhum dos lados conseguia obter os dois terços necessários dos votos para eleger um candidato, resultando em uma prolongada ineficiência.

O impasse e a decisão do governador

Em um momento crítico, o governador da cidade de Viterbo decidiu tomar medidas drásticas para forçar uma decisão. Ele trancou os cardeais em um palácio episcopal, restringindo suas interações com o mundo exterior e limitando o fornecimento de alimentos e água. Essa ação visava acelerar o processo eleitoral, mas acabou gerando ainda mais tensão entre os cardeais. A situação se tornou tão insustentável que, em um ato extremo, o teto do palácio foi removido, expondo os cardeais às intempéries do inverno europeu.

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A eleição de Gregório X

Após um longo período de deliberações e conflitos internos, a eleição finalmente ocorreu em 1º de setembro de 1271. Os cardeais chegaram a um acordo ao formarem um comitê de seis membros que representava tanto os interesses franceses quanto os italianos. Teobaldo Visconti foi eleito Papa Gregório X, marcando o fim do conclave mais longo da história. A eleição não apenas trouxe alívio à Igreja, mas também resultou em reformas significativas no processo eleitoral papal.

O conclave mais longo da história da Igreja Católica ocorreu entre 29 de novembro de 1268 e 1º de setembro de 1271, totalizando impressionantes 34 meses. Este evento, que ficou conhecido como o “Conclave de Viterbo”, foi marcado por intensas divisões políticas entre os cardeais, que se encontravam em um impasse quase insuperável na escolha do novo papa após a morte de Clemente IV.

Legado do conclave

O conclave de Viterbo teve um impacto duradouro na forma como as eleições papais são conduzidas. Gregório X promulgou a constituição apostólica Ubi periculum durante o Segundo Concílio de Lyon, estabelecendo regras claras para futuros conclaves. Essas normas incluíam a exigência de que os cardeais se reunissem em isolamento até que um novo papa fosse escolhido, uma prática que permanece até hoje1011.

O termo “conclave”, derivado das palavras latinas cum (com) e clavis (chave), passou a ser usado oficialmente após esse evento histórico. O nome reflete a prática de trancar os cardeais para garantir que eles se concentrassem exclusivamente na eleição do novo líder da Igreja.

Como gunciona o conclave

Após a morte ou abdicação do papa, inicia-se um período chamado Sede Vacante, durante o qual os assuntos da Igreja são administrados pelo Camerlengo. O conclave é convocado entre 15 e 20 dias após o falecimento do papa. Durante esse tempo, os cardeais eleitores, limitados a 120 e com menos de 80 anos, são acomodados em um local reservado, como a Domus Sanctae Marthae, no Vaticano.

Na Capela Sistina, os cardeais realizam votações secretas. Para ser eleito, um candidato precisa receber pelo menos dois terços dos votos. As votações ocorrem em sessões de manhã e à tarde, com até quatro votações diárias. Se após três dias não houver um eleito, os cardeais fazem uma pausa para oração e reflexão. Se ainda assim não houver consenso após sete rodadas de votação, os dois cardeais mais votados podem ser escolhidos em uma votação final.

Após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas. A cor da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o resultado: fumaça preta significa que não houve eleição e fumaça branca indica que um novo papa foi escolhido. Quando um cardeal aceita a eleição, ele escolhe um nome papal e é anunciado ao mundo com o tradicional “Habemus Papam!”.

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O Conclave do Papa Francisco

O conclave que elegeu o Papa Francisco ocorreu em março de 2013, após a renúncia do Papa Bento XVI. A renúncia foi histórica, pois foi a primeira vez em quase 600 anos que um papa deixou o cargo voluntariamente. Com a Sede Vacante estabelecida, os cardeais se reuniram no Vaticano para iniciar o processo eleitoral.

O conclave começou no dia 12 de março de 2013. Durante as votações, houve uma série de rodadas até que, no dia 13 de março, uma fumaça branca foi vista saindo da chaminé da Capela Sistina, indicando que um novo papa havia sido eleito. O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi escolhido e adotou o nome de Francisco em homenagem a São Francisco de Assis.

O conclave que elegeu o Papa Francisco ocorreu entre os dias 12 e 13 de março de 2013. O processo durou aproximadamente 25 horas, durante as quais os cardeais realizaram cinco votações. A primeira votação ocorreu no dia 12 de março, resultando em fumaça preta, indicando que nenhum candidato havia sido escolhido. No dia seguinte, às 19h06, a fumaça branca foi emitida, sinalizando a eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio, que adotou o nome de Francisco

A eleição de Francisco foi recebida com grande entusiasmo tanto dentro quanto fora da Igreja Católica. Ele se tornou o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir o papado. Sua eleição também simbolizou uma mudança significativa na direção da Igreja, com foco em temas como pobreza, justiça social e diálogo inter-religioso.

Francisco tem buscado reformar a Igreja Católica em várias áreas, incluindo sua abordagem à sexualidade humana e à transparência financeira. Desde sua eleição, ele tem sido uma figura carismática e polarizadora, atraindo tanto apoio fervoroso quanto críticas.

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