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Balanço Geral Manhã recebe mulheres que são referências no Ceará para celebrar o Dia Internacional da Mulher

Balanço Geral Manhã recebe mulheres que são referências no Ceará para celebrar o Dia Internacional da Mulher

Foto: GCC

O Balanço Geral Ceará Manhã, da TV Cidade Fortaleza, realizou nesta sexta-feira (7) um bate-papo com cinco mulheres com atuações de relevo no estado do Ceará, para celebrar o Dia Internacional da Mulher, celebrado neste sábado (8). A conversa foi conduzida pela jornalista Katiuzia Rios e abordou as trajetórias das convidadas, assim como questões relevantes à ocupação da mulher em diferentes espaços na sociedade.

Foram recebidas, durante o programa: Zelma Madeira, secretária de Igualdade Racial do Governo do Ceará; Mari Vasconcelos, empreendedora e chef gourmet; Katiana Pena, coreógrafa e empreendedora social; Vanessa Moura, empresária e sexóloga; e Silvinha Cavalleire, presidente da União Nacional LGBT (UnaLGBT).

Katiana Pena

Katiana Pena, bailarina e coreógrafa cearense, é fundadora do Instituto Katiana Pena, que impacta mais de mil famílias em Fortaleza, no bairro Bom Jardim, por meio da dança. Ela conta, no entanto, que a trajetória para chegar onde está não foi fácil, tendo começado a trabalhar com cinco anos de idade, para ajudara família, vendendo verduras.

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Foi no circo que ela teve o primeiro contato com a arte. Ela conta que a lona de um circo no Bom Jardim chamou sua atenção, ainda criança, e ela foi até o local, movida por curiosidade, mas também por fome, uma vez que a alimentação em casa era precária. Chegando lá, ela perguntou se havia comida disponível e se ela poderia comer, no que foi respondida que deveria se matricular para ter acesso aos alimentos.

Katiana passou seis anos no circo, destacando-se nos shows e posteriormente ingressou na Escola de Dança e Interpretação Social (Edisca), onde desenvolveu habilidades do mundo da dança. Essa transição para as artes foi um divisor de águas, permitindo que ela acessasse novas oportunidades e se tornasse a primeira mulher da família a frequentar a faculdade. “Sempre falo que a arte me escolheu e me salvou, e eu não podia deixar de devolver isso pra comunidade do Bom Jardim”, conta.

Silvinha Cavalleire

Presidenta Nacional da União Nacional LGBT (UnaLGBT) e conselheira Nacional de Saúde, ela também já atuou no Governo do Estado do Ceará e está retornando ao Conselho Cearense dos Direitos da Mulher, para o quadriênio 2025 a 2028. Durante a conversa desta sexta, Silvinha destacou as dificuldades da população trans, principalmente entre mulheres trans e travestis, para ocupar espaços ainda nos dias de hoje.

Ela destaca que, além da dificuldade em acessar o mercado de trabalho, essas pessoas muitas vezes enfrentam a redução de suas identidades a estereótipos – como a associação feita entre travestis e as profissões do sexo. “Esse é o lugar que foi definido para ela na sociedade, foi escolhida para ser aquilo, e estamos tentando romper com isso. Estamos numa geração de mulheres trans que agora estamos conseguindo ser professoras, empreendedoras. Hoje já se vê travestis sendo recepcionistas, enfermeiras, médicas, adovgadas, porque também queremos esses lugares. Não queremos o lugar só da dor, porque o lugar da dor já temos o tempo inteiro.”

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Como conselheira do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, ao lado de Maria da Penha, Silvinha trabalhou durante a pandemia para apoiar mulheres vítimas de violência doméstica, incluindo aquelas da comunidade LGBT+. Ela enfatiza que o Dia Internacional da Mulher não deve ser apenas uma data romântica, mas sim um momento para garantir direitos para todas as mulheres.

Vanessa Moura

A empresária Vanessa Moura mora em Sobral há 20 anos e conseguiu empreender na cidade com um comércio que gerou controvérsia, quando começou, mas que tem garantido respeito e reconhecimento a ela ao longo dos anos: o de brinquedos eróticos. Ela conta que a necessidade de criar o filho e sobreviver em um lugar em que não conhecia ninguém aguçou sua veia empreendedora.

“Não tenho vergonha de trabalhar, sou destemida. Na época, ficava: ‘ah, o pessoal vai ficar assim’, mas tô nem aí. Vai dar certo. E vem dando super certo, graças a Deus sou bem aceita pela sociedade hoje. Quando comecei as pessoas olhavam de um jeito torto, ‘essa mulher é esculhambada demais’, hoje são meus clientes”, conta ela.

Vanessa iniciou como sacoleira e hoje tem loja física e perfil em rede social com mais de 100 mil seguidores. É conhecida pela personagem “Vanessa das Pirocas”, nas redes, tendo se tornado sucesso nas redes e na vida profissional.

Mari Vasconcelos

A confeiteira Mari Vasconcelos explica que começou a vender doces quando fazia faculdade, para pagar as contas – apesar de ter estudado em uma instituição pública, precisava custear deslocamento e alimentação. Iniciando com brigadeiros vendidos por 50 centavos, Mari conta que enfrentou desafios, mas nunca desistiu.

Após se formar em Economia Doméstica, ela não se identificou com a profissão e se sentiu atraída ao mundo da confeitaria, continuando o que já fazia durante o curso. Começou a produzir bolos em um local pequeno, usando a panela de arroz de sua mãe, para preparar os doces.

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Quando engravidou, Mari pensou em fechar a loja, mas a irmã Ana Mara a apoiou, assumindo o negócio e garantindo que ele continuasse a prosperar. Hoje, Mari é considerada uma referência na área, dando aulas de confeitaria em periferias, como no bairro do Bom Jardim, onde ensina mulheres que passaram por violência doméstica e depressão. “A gente quer ganhar dinheiro, mas meu intuito é mudar vida das pessoas com a confeitaria”, pontua.

Zelma Madeira

A atual secretária da Igualdade Racial do Ceará, Zelma Madeira, pontuou durante o bate-papo que conseguiu superar as dificuldades da realidade em que cresceu por meio dos estudos. Ela, no entanto, detestava ir para a escola, porque constantemente sofria racismo por parte dos colegas – mas destaca que foi pela escola que conseguiu chegar onde está, por incentivo da família.

Ela enfatiza que a diversidade étnica é uma característica marcante da sociedade brasileira, abrangendo mulheres plurais, povos originários indígenas, negras, comunidades tradicionais, umbandistas, candomblecistas, ciganas e quilombolas. No entanto, essa diversidade é frequentemente acompanhada de desigualdades raciais e respeito ao racismo.

A secretária também ressalta que as mulheres negras enfrentam índices elevados de violência, casam tardiamente e têm mais chances de engravidar na adolescência. Para Zelma, é crucial que a sociedade ofereça oportunidades e entenda a diversidade dentro do contexto das mulheres negras, promovendo políticas que visem reduzir essas vulnerabilidades.

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é uma data dedicada à celebração das conquistas femininas, ao reconhecimento da importância das mulheres em todas as áreas da sociedade e à luta por igualdade de direitos. A data tem origens em movimentos trabalhistas no início do século XX, quando mulheres de diferentes países começaram a se unir para reivindicar melhores condições de trabalho, direito ao voto, e outros direitos fundamentais.

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