Desde sexta-feira (7), os moradores de Caridade, cidade situada no interior do Ceará, estão enfrentando dificuldades para acessar a internet devido a ataques perpetrados por uma facção criminosa contra empresas que oferecem o serviço na região. As ações violentas contra as provedores de internet se intensificaram nas últimas semanas, gerando caos nas localidades atingidas.
De acordo com as autoridades, membros de uma facção exigem que os provedores de internet repassem 50% do valor pago pelos clientes, sob ameaça de represálias. Empresas que se recusam a pagar a “taxa” imposta pelos criminosos acabam sendo alvo de incêndios, vandalismo e outros ataques. Esse tipo de prática criminosa não é novidade, já que desde fevereiro deste ano, ataques semelhantes foram registrados em Fortaleza e em diversas cidades da Região Metropolitana, como Caucaia e São Gonçalo do Amarante.
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No caso de Caridade, a situação é ainda mais preocupante, pois os danos causados pelas ações criminosas interromperam os serviços essenciais para os moradores da cidade. A falta de internet tem gerado transtornos em atividades cotidianas, como o trabalho remoto, o acesso a serviços públicos e a comunicação com familiares.
Em resposta ao aumento da violência e da insegurança, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou no sábado (8) a criação de um grupo especial para investigar os ataques contra provedores de internet. De acordo com o governador, o objetivo é intensificar as ações de combate aos grupos criminosos que atuam no estado, por meio de uma articulação mais eficaz entre as forças de segurança pública.
Apesar do esforço do governo, os ataques continuam. Um dia após o anúncio, um novo incidente foi registrado contra a A4 Telecom, provedor de internet que atua em municípios como Caucaia e São Gonçalo do Amarante, já afetados pelos ataques. Na quinta-feira anterior, um veículo da empresa Brisanet foi incendiado em Caucaia, enquanto, na semana passada, a empresa Giga+ sofreu um ataque em São Gonçalo do Amarante, interrompendo o fornecimento de internet em empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Estado do Ceará, por meio da Polícia Civil e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), tem conduzido investigações intensas sobre as atividades dessas facções criminosas. Além disso, a Coordenadoria de Inteligência (Coin) tem dado suporte para localizar e prender os responsáveis pelos ataques.
No município de Caridade, a Polícia Civil e a Polícia Militar do Ceará (PMCE) estão realizando diligências para identificar os criminosos e esclarecer os danos aos equipamentos de transmissão e aos fios de internet. A Delegacia Regional de Canindé, com o apoio da Draco, está à frente das investigações.
Os moradores de Caridade, que já enfrentavam dificuldades típicas do interior do Ceará, agora se veem em uma situação ainda mais difícil com a ausência do serviço de internet. Para muitos, a conectividade é essencial para o trabalho, o acesso à educação e à saúde, especialmente em tempos de crescente digitalização de serviços.
Em um contexto onde a segurança pública tem sido constantemente desafiada pela atuação de facções criminosas, o governo do Ceará promete intensificar o combate aos grupos responsáveis e garantir que a população não continue sendo vítima desses atos violentos.
A sociedade local aguarda a pronta solução para o caso e a retomada dos serviços de internet, esperando também que os criminosos sejam identificados e punidos de acordo com a gravidade de seus atos.
O Governo do Ceará segue monitorando a situação e promete reforçar as ações de segurança para restaurar a normalidade no fornecimento de serviços essenciais à população.
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