O Alerte-Alergo, um dispositivo inovador desenvolvido por um time de mulheres cearenses, está prestes a transformar a segurança no atendimento a pacientes alérgicos em hospitais. O dispositivo, que será utilizado no pescoço ou no braço do paciente, emite um alerta sonoro e vibratório, indicando quais medicamentos o paciente tem alergia, evitando assim erros na aplicação de remédios dentro das unidades de saúde.

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O desenvolvimento da tecnologia teve início a partir de uma crescente preocupação com o aumento do número de pacientes alérgicos, com destaque para aqueles internados em unidades de saúde. Ingrid Correia, coordenadora da equipe responsável pelo Alerte-Alergo, explicou a necessidade do projeto: “A necessidade surgiu devido ao aumento exponencial de pacientes alérgicos. Pensamos em uma tecnologia que pudesse ajudar tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde, facilitando a segurança e o acompanhamento dos pacientes, além de evitar acidentes”.

O dispositivo já passou por testes realizados no Centro de Simulação da Escola de Saúde Pública do Estado (ESP/CE). Para entender seu funcionamento, imagine o seguinte cenário: ao chegar no hospital, o paciente comunica sua condição de alergia ao atendente, que registra as informações no equipamento. Esse dispositivo é então colocado no paciente, que pode usá-lo no pulso ou em outro formato. Quando o profissional de saúde se aproxima com a bandeja de medicamentos, o equipamento, acoplado à bandeja, emite um bip e vibra, alertando o médico ou enfermeiro sobre a alergia do paciente e o medicamento que deve ser evitado.

 

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Liana Jucá, uma das inventoras do Alerte-Alergo, destacou que a invenção tem um grande potencial para melhorar a segurança nos hospitais: “Este dispositivo vai gerar uma sinalização clara dentro da unidade de saúde sobre as alergias dos pacientes, minimizando o risco de reações adversas devido à administração incorreta de medicamentos”.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia, cerca de 30% dos brasileiros têm algum tipo de alergia, e mais de 16% dos adultos internados em unidades de saúde apresentam reações adversas após o uso de medicamentos. Com a implementação do Alerte-Alergo, a expectativa é reduzir significativamente essas ocorrências.

Além de ser uma inovação tecnológica, o Alerte-Alergo também recebeu apoio financeiro significativo. Sandra Monteiro, secretária da Ciência e Tecnologia do Ceará, anunciou que o projeto recebeu um investimento de R$ 1,4 milhão do Ministério da Ciência e Tecnologia. “Esse investimento é crucial para dar continuidade ao desenvolvimento e, em breve, à implementação dessa tecnologia, que trará um impacto positivo para o sistema de saúde no país”, disse Sandra.

O Alerte-Alergo está em fase de testes pela Anvisa, e sua aceleração está prevista para os próximos meses. Sales Ávila, diretor de Inovação da Escola de Saúde Pública do Ceará, ressaltou a importância do amadurecimento do dispositivo junto aos órgãos reguladores: “Vamos acelerar esse produto, amadurecê-lo principalmente junto à Anvisa, para garantir sua segurança e eficácia, para que o usuário, o cidadão que utiliza o sistema de saúde, possa confiar plenamente no seu uso”.

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