CHAPADA DO ARARIPE (CE)

Fósseis de 100 milhões de anos levados ilegalmente do Brasil são devolvidos pelo Reino Unido

Fósseis agora fazem parte do acervo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, localizado em Santana do Cariri

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2 de abril de 2025
Portal GCMAIS

Em março, um total de 25 fósseis de insetos, datados de cerca de 100 milhões de anos, foi repatriado do Reino Unido para o Brasil, após serem retirados ilegalmente da região da Chapada do Araripe, no Ceará. As peças, que estavam sendo comercializadas de forma clandestina em um site especializado em rochas e fósseis, foram enviadas para o país com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).

Fósseis de 100 milhões de anos levados ilegalmente do Brasil são devolvidos pelo Reino Unido
Foto: Reprodução

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Os fósseis chegaram à capital federal, Brasília, na última semana, e agora fazem parte do acervo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, localizado em Santana do Cariri, cidade cearense onde a formação paleontológica é de grande relevância. A instituição, vinculada à Universidade Regional do Cariri, é um dos principais centros de pesquisa e preservação paleontológica da região. A previsão é que, após os estudos necessários, as peças sejam exibidas no museu, tornando-se parte do acervo científico e educativo local.

A repatriação foi viabilizada após uma denúncia recebida pelo MPF em fevereiro de 2023, feita por uma pesquisadora que identificou a venda ilegal dos fósseis. O órgão iniciou uma investigação que, com base em laudos paleontológicos, comprovou que o material tinha origem na Formação Crato, situada na Chapada do Araripe, uma das áreas mais ricas em fósseis do Brasil, e que é reconhecida mundialmente pelo seu alto valor científico.

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O laudo técnico, elaborado por especialistas, confirmou a presença da pedra cariri nos fósseis, um material exclusivo da região e fundamental para a identificação da origem do material. Além disso, a análise revelou que os fósseis haviam sido preparados de forma a valorizar sua venda no mercado clandestino, onde são vendidos por preços elevados a colecionadores privados.

O MPF, com o apoio da Secretaria de Cooperação Internacional, buscou a colaboração das autoridades britânicas para localizar o responsável pela venda ilegal e garantir a devolução dos fósseis. A investigação continua, com o objetivo de identificar os envolvidos na extração clandestina e no tráfico internacional de patrimônio público brasileiro.

Este episódio é parte de uma série de repatriações realizadas pelo MPF. Desde 2022, mais de mil fósseis da Chapada do Araripe, que haviam sido retirados ilegalmente e enviados para coleções privadas e museus da Europa, foram devolvidos ao Brasil. No entanto, ainda existem casos pendentes na Justiça, como o de um esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera, atualmente em disputa judicial na França. Além disso, 45 fósseis de diversas espécies, como tartarugas marinhas, peixes, répteis, insetos e plantas, continuam sendo analisados, com um valor estimado de quase 600 mil euros.

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