Em março, um total de 25 fósseis de insetos, datados de cerca de 100 milhões de anos, foi repatriado do Reino Unido para o Brasil, após serem retirados ilegalmente da região da Chapada do Araripe, no Ceará. As peças, que estavam sendo comercializadas de forma clandestina em um site especializado em rochas e fósseis, foram enviadas para o país com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).
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Os fósseis chegaram à capital federal, Brasília, na última semana, e agora fazem parte do acervo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, localizado em Santana do Cariri, cidade cearense onde a formação paleontológica é de grande relevância. A instituição, vinculada à Universidade Regional do Cariri, é um dos principais centros de pesquisa e preservação paleontológica da região. A previsão é que, após os estudos necessários, as peças sejam exibidas no museu, tornando-se parte do acervo científico e educativo local.
A repatriação foi viabilizada após uma denúncia recebida pelo MPF em fevereiro de 2023, feita por uma pesquisadora que identificou a venda ilegal dos fósseis. O órgão iniciou uma investigação que, com base em laudos paleontológicos, comprovou que o material tinha origem na Formação Crato, situada na Chapada do Araripe, uma das áreas mais ricas em fósseis do Brasil, e que é reconhecida mundialmente pelo seu alto valor científico.
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O laudo técnico, elaborado por especialistas, confirmou a presença da pedra cariri nos fósseis, um material exclusivo da região e fundamental para a identificação da origem do material. Além disso, a análise revelou que os fósseis haviam sido preparados de forma a valorizar sua venda no mercado clandestino, onde são vendidos por preços elevados a colecionadores privados.
O MPF, com o apoio da Secretaria de Cooperação Internacional, buscou a colaboração das autoridades britânicas para localizar o responsável pela venda ilegal e garantir a devolução dos fósseis. A investigação continua, com o objetivo de identificar os envolvidos na extração clandestina e no tráfico internacional de patrimônio público brasileiro.
Este episódio é parte de uma série de repatriações realizadas pelo MPF. Desde 2022, mais de mil fósseis da Chapada do Araripe, que haviam sido retirados ilegalmente e enviados para coleções privadas e museus da Europa, foram devolvidos ao Brasil. No entanto, ainda existem casos pendentes na Justiça, como o de um esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera, atualmente em disputa judicial na França. Além disso, 45 fósseis de diversas espécies, como tartarugas marinhas, peixes, répteis, insetos e plantas, continuam sendo analisados, com um valor estimado de quase 600 mil euros.
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