O evento iniciou por volta das 14h, com uma série de discursos
Bolsonaro participa de ato que pede anistia para condenados nos ataques de 8 de janeiro
Na tarde deste domingo (6), apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para um ato convocado pelo ex-presidente. O protesto, que teve como foco principal a defesa de uma anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, reuniu cerca de 44,9 mil pessoas, segundo estimativa feita pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Cebrap e a ONG More in Common. A contagem foi realizada no pico da manifestação, às 15h44, com o uso de imagens aéreas capturadas por drones e analisadas com inteligência artificial.

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O evento teve início por volta das 14h, com uma série de discursos, onde se destacaram críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e uma forte defesa de um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, que ficaram marcados como o maior ataque às instituições democráticas do Brasil desde o retorno da democracia.
Entre os discursos, o mais simbólico foi o de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, que se posicionou a favor de uma “anistia humanitária”. Durante sua fala, ela segurava um batom, em referência à cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa após pichar a estátua “A Justiça”, em Brasília, com a frase “perdeu, mané”. A pichadora, que virou um símbolo da direita, foi defendida por Michelle, que alegou estar sendo alvo de perseguição. Muitos manifestantes, vestidos de verde e amarelo, seguiram a mesma linha e levaram batons nas mãos, alguns até batons infláveis, fazendo uma alusão ao caso.
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Débora é ré no Supremo Tribunal Federal (STF) não apenas por sua pichação, mas também por sua adesão ao movimento golpista e por sua suspeita de envolvimento em ações que tentaram obstruir investigações relacionadas aos ataques de 8 de janeiro. Sua figura, agora associada ao discurso de perseguição, pode ser lançada pelo PL como candidata nas próximas eleições, como sugerido por aliados.
Por volta das 15h40, Jair Bolsonaro subiu ao palco para discursar. Em seu pronunciamento, o ex-presidente reiterou sua defesa pela anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro e fez duras críticas ao STF e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro aproveitou para lembrar sua viagem aos Estados Unidos antes do fim de seu mandato, sugerindo que, caso não tivesse se ausentado, teria sido preso naquele dia e estaria “apodrecendo” ou até “assassinado” até hoje.
O ex-presidente também mencionou o filho, Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do cargo de deputado federal e se mudou para os Estados Unidos, alegando perseguição política no Brasil. Bolsonaro afirmou que tem “esperança que de fora venha algo para cá”, sem entrar em detalhes sobre quais possíveis aliados internacionais estariam apoiando sua causa, mas mencionou Donald Trump como uma figura chave.
Além de Bolsonaro, sete governadores marcaram presença no ato: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Junior (Paraná), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Jorginho Mello (Santa Catarina). Todos alinhados com o discurso bolsonarista, em defesa da anistia e contra as ações do STF.
O protesto ocorreu em um contexto político tenso para Bolsonaro, que segue inelegível devido a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de junho de 2023. O ex-presidente foi condenado à inelegibilidade por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, após a reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022, em que fez alegações sem provas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Como resultado, Bolsonaro está impedido de concorrer em 2026, decisão que ele critica, chamando-a de uma tentativa de “negar a democracia” e instaurar uma “ditadura” no Brasil.
Leia também | Pesquisa Quaest: maioria dos brasileiros é contra anistia para os condenados de 8/01
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