Enquanto os homens têm uma remuneração média de R$ 3.079,17, as mulheres ganham R$ 2.764,64, o que representa uma diferença de 11,38%
Mulheres no Ceará ganham R$ 314 a menos que homens, revela relatório do Ministério do Trabalho
Mesmo representando a maioria da população e liderando mais da metade dos lares no Ceará, as mulheres recebem, em média, R$ 314,53 a menos que os homens no setor privado. O dado alarmante foi divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Relatório de Transparência e Igualdade Salarial, produzido pelo Ministério do Trabalho.

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Enquanto os homens têm uma remuneração média de R$ 3.079,17, as mulheres ganham R$ 2.764,64, o que representa uma diferença de 11,38%. O estudo, que analisou 1.530 estabelecimentos e 590 mil vínculos empregatícios no estado, evidencia que a desigualdade de gênero permanece estruturada no mercado cearense.
Quando o recorte inclui raça, o cenário é ainda mais grave. Mulheres negras são o grupo mais prejudicado, com uma média salarial de R$ 2.567,42 — ou seja, R$ 511,75 a menos do que a média masculina geral.
Em comparação:
Homens não negros ganham R$ 3.894;
Homens negros, R$ 2.837;
Mulheres não negras, R$ 3.376
A diferença de mais de R$ 1.300 entre o salário médio de um homem não negro e o de uma mulher negra escancara o quanto raça e gênero influenciam diretamente na renda no Ceará.
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Essa diferença de R$ 314,53 mensais afeta diretamente a vida das mulheres cearenses. Em um ano, são R$ 3.774,36 a menos em renda. Esse valor impacta o acesso a bens de consumo, oportunidades de lazer, investimentos, aposentadoria e autonomia. Além disso, contribui para uma maior presença das mulheres em empregos precários e informais; aumento da pobreza e da dependência econômica; redução da segurança financeira e dificuldade para garantir uma aposentadoria digna e crescimento da vulnerabilidade à violência doméstica, que muitas vezes se sustenta em relações de poder econômico desigual.
Em nível nacional, o relatório revela que a desigualdade salarial entre homens e mulheres aumentou nos últimos anos. A diferença média chegou a 20,9% em 2025, contra 20,7% em 2023 e 19,4% em 2022, mesmo com o crescimento da presença feminina em empresas com 100 ou mais funcionários.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reforçou que a desigualdade só será superada com mudanças estruturais: “A desigualdade salarial entre mulheres e homens persiste porque é necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade […] A empresa só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”.
Sem programas sociais, a desigualdade seria ainda maior. Segundo o relatório, sem transferência de renda, o rendimento domiciliar per capita das mulheres pobres no Ceará seria de R$ 966,15. Com o benefício, o valor sobe para R$ 1.107,45 que ainda seria insuficiente para garantir igualdade real.
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