Construção de casas após as enchente no Rio Grande do Sul segue em ritmo lento, e famílias seguem em abrigos ou moradias temporárias
Vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul ainda aguardam moradias definitivas, um ano após tragédia
Um ano após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, deixando 184 mortos e mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas, milhares de famílias ainda esperam por moradias definitivas. No município de Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari — uma das regiões mais atingidas —, o cenário ainda é de reconstrução lenta e moradias provisórias.

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O casal Danilo Hiedt, de 65 anos, e Liana Maria de Quadros, de 64, vive há dois meses em uma moradia temporária, construída com estrutura de contêiner, no local onde será erguido o novo bairro Novo Passo da Estrela. O terreno fica em uma área segura, na parte alta da cidade, e vai abrigar 480 famílias. Parte das unidades será construída com recursos públicos, e outra parte ficará sob responsabilidade dos próprios beneficiários.
“Lá saiu tudo de arrasto, a casa, os animais, ferramentas. Salvamos a família, mas perdemos tudo”, conta Danilo, relembrando a madrugada de horror em que resistiram em uma canoa durante a enchente.
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Moradias provisórias e esperança
A entrega de 58 casas temporárias marcou o fim dos abrigos coletivos em Cruzeiro do Sul, no Rio Grande do Sul. As moradias provisórias, com cerca de 27 m², contam com estrutura básica, mobília e eletrodomésticos. A expectativa é que as primeiras casas definitivas sejam entregues até o fim de 2025.
Outros moradores, como Edevar Porto da Cruz, de 67 anos, também aguardam o fim da espera. “O governador disse que até o final do ano entregam algumas casas. A gente vive com essa esperança”, afirmou.
Além do loteamento estadual, o governo federal, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, prevê a entrega de 500 unidades habitacionais no município. Outras 50 famílias foram contempladas com a modalidade Compra Assistida, que oferece até R$ 200 mil para a aquisição de imóveis prontos.
Bairro devastado se tornará memorial
O antigo bairro Passo da Estrela, completamente destruído pela força das águas, dará lugar a um Parque Memorial. Máquinas seguem demolindo o que restou das construções. O espaço abrigará áreas verdes, equipamentos esportivos e homenagens às vítimas da tragédia.
José Claudio Lenhardt, 71 anos, e sua esposa Rosane, 67, ainda vivem no local, mas já planejam a mudança para um novo loteamento. Eles perderam a casa e uma pequena olaria. “Perdemos tudo do dia para a noite. Agora, o bairro não tem mais como continuar”, lamentou Rosane.
Déficit habitacional no Vale do Taquari
Nos municípios vizinhos, o panorama também é de espera. Em Estrela, 516 famílias recebem auxílio de aluguel social. Cem casas estão em construção pelo Minha Casa, Minha Vida, e há previsão de outras 800 unidades. O estado também pretende erguer 108 moradias na cidade.
Em Muçum, três novos loteamentos estão em andamento, fora da zona de risco, e o município foi contemplado com 17 residências rurais pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida Calamidade devido as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul.
Já em Lajeado, cerca de 500 famílias seguem em auxílio-aluguel. A cidade projeta a construção de 700 casas, mas a maioria ainda está em fase de planejamento ou início de obras no Rio Grande do Sul. Segundo a prefeitura, apenas seis unidades foram entregues até o momento.
Em Arroio do Meio, o prefeito Sidnei Eckert afirmou que há demanda para 700 novas casas. “Os governos estão ajudando, mas a burocracia é o maior entrave”, disse.
Enquanto as obras avançam em ritmo lento, o sentimento de incerteza persiste entre os moradores. Para muitos, a reconstrução não é apenas material, mas também emocional — uma jornada de recomeço após a maior tragédia climática da história do estado do Rio Grande do Sul.
Com informações Agência Brasil
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