TECNOLOGIA

Inteligência artificial acelera transformação do agronegócio brasileiro, afirma especialista

Ferramenta tem promovido o uso mais eficiente de recursos e transformado a tomada de decisões no campo.

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5 de maio de 2025

Portal GCMAIS

A inteligência artificial (IA) vem desempenhando um papel central na revolução tecnológica do agronegócio brasileiro. Aplicada em diversas frentes — da previsão de safras à detecção precoce de pragas —, a IA tem impulsionado a produtividade, promovido o uso mais eficiente de recursos e transformado a tomada de decisões no campo.

Inteligência artificial acelera transformação do agronegócio brasileiro, afirma especialista

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Segundo Francisco Jardim, especialista em inteligência artificial aplicada ao agro, o ritmo de adoção dessa tecnologia é surpreendente e supera o de outras inovações recentes. “Eu acho que esse fenômeno de IA é o mais impressionante dessa grande revolução tecnológica, que é a disseminação, o quão abrangente está sendo a adoção. Está sendo muito mais rápido e mais abrangente do que foi a adoção da internet, por exemplo”, afirma.

A utilização da IA já é observada em praticamente todos os segmentos do setor agropecuário — dentro e fora da porteira, no mundo físico e digital. “A gente está vendo hoje todas as principais áreas do agro, seja na pecuária, seja na agricultura, dentro da porteira, fora da porteira, no mundo digital e no mundo da biotecnologia, implementando IA nos seus processos. Seja para processar dados e conseguir entregar mais inteligência ao produtor, ou seja para otimizar o desenvolvimento de novos produtos”, explica Jardim.

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Entre as inovações em uso estão drones com sensores inteligentes, sistemas de irrigação automatizados e softwares de análise de dados que permitem aos produtores economizar água, reduzir desperdícios e otimizar o uso de insumos como fertilizantes.

Inteligência artificial acelera transformação do agronegócio brasileiro, afirma especialista

Além disso, algoritmos de aprendizado de máquina estão sendo utilizados para prever com maior precisão as condições climáticas, o que permite um planejamento mais eficiente dos ciclos de plantio e colheita.

Francisco Jardim cita o exemplo da Egro, empresa brasileira que oferece um dos principais softwares de gestão agrícola em nuvem do país. “Ela acabou de fazer uma parceria com o Google, com o Gemini, para desenvolver ferramentas conjuntas usando a sua base de produtores e dados, trazendo soluções de IA diretamente para a tomada de decisão”, relata. Ele acrescenta: “Aqui vai desde identificar dentro das fazendas que rodam na plataforma onde que a gente poderia estar utilizando itens de produtividade do produtor até produzir conteúdo para conseguir atrair mais produtor para a plataforma”.

Outro setor impactado significativamente é o de insumos biológicos, como biodefensivos e biofertilizantes. Jardim destaca que a IA acelerou a transformação dessas empresas, que antes dependiam apenas de conhecimento tradicional em biologia e agronomia. “Quando a gente começou a investir em insumo biológico aqui no Brasil há mais de 10 anos, as empresas não tinham nenhum bioinformata. Era sempre biólogo, engenheiro agrônomo, trocando as companhias, fazendo P&D, desenvolvendo e vendendo. Hoje toda empresa de insumo biológico, seja biodefensivo, seja biofertilizante que bate a nossa porta, já tem pelo menos um bioinformata na sua operação.”

A inteligência artificial, segundo ele, permite tanto a bioprospecção acelerada de micro-organismos quanto a formulação inteligente de múltiplas cepas em um único produto. “Fazendo os cálculos e antecipando como que aqueles micro-organismos vão conseguir coexistir e entregar uma solução mais completa ao produtor. Então, a bioprospecção e o lançamento de novos produtos fica muito mais acelerado e eficaz com a IA.”

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