IGREJA CATÓLICA

Qual foi o conclave mais curto da história? Veja como será a escolha do novo Papa

O conclave de 2025 começa nesta quarta-feira (07)

Compartilhe:
5 de maio de 2025
Portal GCMAIS

O conclave mais curto da história foi o que elegeu o Papa Júlio II, em outubro de 1503, durando apenas algumas horas. Giuliano della Rovere, cardeal poderoso e com forte apoio político, foi escolhido quase imediatamente após a abertura do conclave, em um contexto de urgência após a morte do Papa Pio III, que teve um pontificado muito breve. A rapidez da eleição refletiu o consenso entre os cardeais e a necessidade de estabilidade para a Igreja naquele momento.

Qual foi o conclave mais curto da história? Veja como será a escolha do novo Papa
Foto: Vatican News

Como funciona a eleição do Papa

Historicamente, o conclave é o processo pelo qual a Igreja Católica escolhe seu novo papa, reunindo os cardeais na Capela Sistina, no Vaticano, em um ambiente isolado e sigiloso. A palavra “conclave” vem do latim cum clave, que significa “com chave”, referindo-se ao isolamento dos cardeais durante as votações, sem comunicação externa até que um novo papa seja eleito.

>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<< 

O processo exige que um candidato obtenha pelo menos dois terços dos votos dos cardeais eleitores, que atualmente são 133, o que significa que são necessários ao menos 89 votos para a eleição. São realizadas até quatro votações por dia, e se após várias rodadas não houver consenso, podem ocorrer pausas para orações e até um “segundo turno” entre os dois candidatos mais votados, sempre mantendo a exigência de dois terços para a escolha definitiva.

Os conclaves modernos tendem a ser rápidos. Nas últimas décadas, por exemplo, o conclave que elegeu Bento XVI em 2005 e o que elegeu Francisco em 2013 duraram apenas dois dias cada um. A expectativa para o conclave de 2025, que terá início em 7 de maio, é que dure entre dois e três dias, seguindo a tradição recente de decisões ágeis. Durante o conclave, os cardeais permanecem isolados na chamada “zona de conclave” dentro do Vaticano, e as votações ocorrem sob os afrescos da Capela Sistina.

Conclave de 1503

Os principais fatores que contribuíram para o conclave de outubro de 1503, o mais curto da história, que elegeu o Papa Júlio II, foram:

  • Contexto imediato e continuidade: O conclave ocorreu apenas um mês após a morte do Papa Pio III, que teve um pontificado muito curto (27 dias). Como os cardeais ainda estavam em Roma e não precisaram viajar longas distâncias, a reunião foi facilitada e rápida.

  • Número e composição dos cardeais: Participaram 38 cardeais, praticamente o mesmo grupo do conclave anterior, o que favoreceu o consenso rápido, pois os eleitores já se conheciam e suas alianças estavam estabelecidas.

  • Ausência de capitulação: Não houve capitulação em conclave (documento que limita poderes do futuro papa), o que permitiu uma decisão mais ágil sem negociações prolongadas sobre restrições ao eleito.

  • Força política e alianças de Giuliano della Rovere: Ele já era uma figura influente, com uma rede de alianças políticas firmadas por promessas e favores, incluindo apoio de figuras poderosas como César Bórgia. Isso garantiu votos praticamente assegurados e evitou disputas prolongadas.

  • Urgência política e eclesiástica: Após o breve pontificado de Pio III e o clima tenso das Guerras Italianas, os cardeais tinham interesse em uma eleição rápida para garantir estabilidade e evitar interferências externas, como as da monarquia francesa, que apoiava outro candidato.

Esses fatores combinados resultaram em um conclave que durou menos de 10 horas, o mais curto da história da Igreja Católica.

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<< 

Em contraste, o conclave mais longo da história ocorreu entre 1268 e 1271, em Viterbo, e durou quase três anos (34 meses). Naquele período, a disputa entre cardeais franceses e italianos gerou um impasse tão grande que as autoridades locais chegaram a racionar comida e até remover o teto do local para pressionar os cardeais a uma decisão. Esse episódio levou à criação das regras modernas do conclave, formalizadas pelo Papa Gregório X na bula Ubi periculum, que estabeleceu o isolamento e o sigilo como normas essenciais para a eleição papal.

Portanto, o conclave mais curto da história foi uma eleição rápida e unânime no século XVI, enquanto o processo de 2025 seguirá tradições consagradas, com os cardeais reunidos na Capela Sistina, isolamento total, e votações secretas até que um novo papa seja escolhido, provavelmente em poucos dias.

Novo Papa: como será eleição

O conclave para a escolha do novo papa em 2025 começa na quarta-feira, 7 de maio, no Vaticano, com a participação de 133 cardeais eleitores, todos com menos de 80 anos. A expectativa é que o processo dure entre dois e três dias, seguindo a tendência dos últimos conclaves, que têm sido relativamente rápidos, como os que elegeram Bento XVI em 2005 e Francisco em 2013, ambos concluídos em dois dias.

Durante o conclave, os cardeais ficam isolados na chamada “zona de conclave” dentro do Vaticano, especialmente na Capela Sistina, onde ocorrem as votações sob os afrescos de Michelangelo. Eles juram manter segredo absoluto sobre todo o processo, que é conduzido em total sigilo para evitar influências externas.

Para eleger o novo papa, é necessário obter pelo menos dois terços dos votos dos cardeais eleitores, o que, com 133 participantes, significa ao menos 89 votos. São realizadas até quatro votações por dia – duas pela manhã e duas à tarde. Caso não haja consenso após três dias, o conclave faz uma pausa de 24 horas para orações, e outras pausas podem ocorrer após sete votações sem resultado. Se forem realizadas 34 votações sem um eleito, os dois candidatos mais votados disputam um “segundo turno”, mas ainda assim precisam alcançar os dois terços dos votos para serem eleitos.

Alguns fatores podem contribuir para a rapidez do conclave de 2025. A fragilidade da saúde do papa Francisco, que esteve internado recentemente, pode motivar os cardeais a uma decisão mais ágil. Além disso, muitos dos cardeais eleitores já se conhecem e discutiram questões importantes para a Igreja durante o sínodo realizado em outubro de 2023, o que ajuda a formar consensos mais rapidamente.

O conclave ocorre em um momento de desafios para a Igreja Católica, incluindo debates sobre reforma interna, o papel da mulher na Igreja, questões morais contemporâneas e a diversidade cultural dos cardeais, que vêm de todos os continentes. O Brasil, com sete cardeais votantes, assume um papel de destaque, representando a maior população católica do mundo e os anseios da América Latina, região que pode novamente emplacar um papa, como já ocorreu com Francisco.

A expectativa é que o novo papa, seja ele conservador ou progressista, jovem ou experiente, europeu ou latino-americano, enfrente uma missão complexa para manter a tradição da Igreja e ao mesmo tempo renovar a esperança em um mundo em transformação, lidando com temas como sustentabilidade, pobreza, migração e diálogo inter-religioso.

Por fim, o anúncio do novo papa será feito pela fumaça branca que sairá da chaminé da Capela Sistina, seguida da tradicional proclamação “Habemus Papam” feita pelo cardeal protodiácono, momento que marca o início de um novo capítulo para a Igreja Católica.

Leia também | Quem será o próximo Papa em 2025? Entenda como será o conclave

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<

WhatsApp do GCMais

NOTÍCIAS DO GCMAIS NO SEU WHATSAPP!

Últimas notícias de Fortaleza, Ceará e Brasil

Lembre-se: as regras de privacidade dos grupos são definidas pelo Whatsapp.