O próximo conclave, que elegerá o sucessor do Papa Francisco, seguirá regras muito mais claras e eficientes
Qual foi o conclave mais longo da história? Veja como será eleição do sucessor do Papa Francisco
O conclave mais longo da história da Igreja Católica ocorreu entre 1268 e 1271, durando impressionantes 34 meses – quase três anos – e ficou marcado por intensas disputas políticas e transformações profundas nos procedimentos de escolha do papa.

O Conclave de 1268 a 1271: impasse e mudanças históricas
Após a morte do Papa Clemente IV, os cardeais se reuniram na cidade de Viterbo, na Itália, para eleger seu sucessor. O processo, porém, rapidamente se transformou em um impasse: as facções francesas e italianas do colégio cardinalício estavam tão divididas que nenhum candidato conseguia alcançar a maioria de dois terços exigida para a eleição. A situação ficou tão tensa e prolongada que os próprios moradores de Viterbo, exasperados com a demora, tomaram medidas drásticas: trancaram os cardeais no palácio episcopal, racionaram sua alimentação e até removeram o telhado do edifício para forçar uma decisão.
O conclave só chegou ao fim quando, após quase três anos de negociações infrutíferas, foi formado um comitê especial de seis cardeais que, enfim, escolheu Teobaldo Visconti, que nem sequer era cardeal e estava em missão na Palestina durante a Nona Cruzada. Ele foi eleito papa com o nome de Gregório X, assumindo o trono papal somente em 1272, após retornar à Europa.
Esse conclave histórico levou à criação de regras mais rígidas para a eleição papal, formalizadas pelo próprio Gregório X na bula Ubi periculum, que instituiu o isolamento dos cardeais e outras normas para evitar futuros impasses tão prolongados.
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Como será a eleição do sucessor do Papa Francisco
O próximo conclave, que elegerá o sucessor do Papa Francisco, seguirá regras muito mais claras e eficientes, justamente para evitar situações como a de 1268-1271. Estão reunidos em Roma 133 cardeais eleitores, vindos de 70 países, refletindo a diversidade da Igreja Católica atual. O conclave será realizado na Capela Sistina, onde os cardeais ficarão completamente isolados do mundo exterior, sem acesso a telefones, internet ou jornalistas.
O processo começa com uma missa solene, seguida do início das votações secretas. Para ser eleito, um candidato precisa de pelo menos dois terços dos votos – neste conclave, 89 votos. São previstas até quatro votações diárias (duas pela manhã e duas à tarde). Se após três dias de votações nenhum candidato alcançar a maioria necessária, é feita uma pausa de 24 horas para orações e reflexão. Persistindo o impasse, após mais sete votações, pode haver uma nova pausa, e, caso sejam realizadas 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputam um “segundo turno”, ainda exigindo dois terços dos votos para que um deles seja eleito.
A cada votação, os votos são queimados, e a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina sinaliza ao mundo o andamento do conclave: preta significa que não houve eleição; branca, que um novo papa foi escolhido.
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Conclaves modernos: mais rápidos, mas igualmente decisivos
Graças às regras estabelecidas após o conclave de 1268-1271, os conclaves modernos são muito mais ágeis. Os últimos conclaves duraram apenas alguns dias: o de Bento XVI, em 2005, teve quatro votações; o de Francisco, em 2013, apenas cinco, ambos concluídos em menos de três dias. A expectativa para o conclave atual é semelhante: a maioria dos cardeais acredita que a escolha será rápida, mas não se descarta a possibilidade de negociações mais longas, dada a diversidade de perfis entre os eleitores.
O conclave mais longo da história, portanto, não apenas marcou a Igreja Católica, mas também moldou o sistema que, até hoje, garante a escolha do líder espiritual de mais de um bilhão de católicos em todo o mundo.
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