Antes disso, a ausência de fumaça era, curiosamente, o que sinalizava uma definição
Fumaça branca na Capela Sistina anuncia escolha de novo Papa e resgata tradição centenária
A fumaça branca voltou a subir da chaminé da Capela Sistina nesta quinta-feira (8), anunciando ao mundo a escolha de um novo Papa. O tradicional sinal visível que emociona fiéis reunidos na Praça de São Pedro tem raízes no século 19, mas só ganhou o significado atual a partir de 1914, com a eleição de Bento XV.

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Segundo o historiador Frederic J. Baumgartner, autor do livro “Por trás de portas fechadas: uma história das eleições papais”, a primeira evidência do uso da fumaça como meio de comunicação ao público remonta ao conclave de 1823. Naquele período, as cédulas dos cardeais já eram queimadas após a votação, mas sem a intenção de informar o resultado à multidão. Apenas em 1914 a fumaça branca passou a simbolizar de forma inequívoca a eleição de um novo pontífice.
Antes disso, a ausência de fumaça era, curiosamente, o que sinalizava uma definição. Em 1903, por exemplo, jornais relataram que quando a fumaça não apareceu na manhã do dia 4 de agosto, a multidão entendeu que o conclave havia terminado com a eleição do papa Pio X.
A edição de 1908 da Enciclopédia Católica corrobora essa leitura ao mencionar que, quando não há eleição, palha é misturada às cédulas para produzir uma fumaça escura e espessa, indicando que o processo ainda está em andamento. Não havia menção à fumaça branca como sinal de eleição concluída.
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Atualmente, o ritual é conduzido com precisão tecnológica. Na Capela Sistina, dois fogões são utilizados: um tradicional, de ferro fundido, que incinera as cédulas e anotações dos cardeais; e outro moderno, responsável por produzir a fumaça branca ou preta com o auxílio de compostos químicos, para garantir clareza e evitar confusões.
Desde 2005, o Vaticano adotou uma nova “receita” para assegurar tonalidades distintas e sem ambiguidade. A fumaça preta, que indica que ainda não há consenso, é produzida com uma mistura de perclorato de potássio, antraceno e enxofre. Já a fumaça branca, sinal do fim do conclave, é feita com clorato de potássio, lactose e resina de coníferas.
O uso da química substituiu métodos antigos, como palha úmida e piche, que às vezes geravam fumaça cinzenta, confundindo fiéis e até mesmo jornalistas.
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