FRAUDE

Servidor do INSS denunciou, em 2020, no Governo Bolsonaro, os descontos ilegais nos benefícios dos aposentados

Servidor também prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, que abriu uma investigação paralela após denúncias feitas por aposentados ao Ministério Público

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15 de maio de 2025
Portal GCMAIS

Um servidor da direção central do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) denunciou, em 2020, durante o governo Jair Bolsonaro, a existência de descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas. A denúncia foi feita à Polícia Federal após o servidor receber ameaças de morte, segundo revelou em entrevista sob condição de anonimato.

Servidor do INSS denunciou, em 2020, no Governo Bolsonaro, os descontos ilegais nos benefícios dos aposentados
Foto: Reprodução

Na época, conforme reportagem do Jornal Nacional, ele atuava na área responsável pela análise dos descontos aplicados diretamente nos benefícios e relatou que passou a ser ameaçado após identificar irregularidades em acordos de descontos associativos, como os firmados com a Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais).

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Em 2020, um servidor do INSS denunciou os descontos ilegais nos benefícios dos aposentados

O servidor também prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, que abriu uma investigação paralela após denúncias feitas por aposentados ao Ministério Público. Ele apontou um crescimento anormal no número de beneficiários vinculados à Conafer: de 80 mil em janeiro de 2020 para mais de 250 mil em outubro do mesmo ano, mesmo com o acordo suspenso naquele mês.

Firmado em 2017, o acordo da Conafer com o INSS foi suspenso em setembro de 2020 após suspeitas de irregularidades. No mês seguinte, a Diretoria de Benefícios perdeu a atribuição de fiscalizar esses contratos, e a responsabilidade foi transferida para a Diretoria de Atendimento. A mudança levou à reabilitação do acordo com a Conafer, que, posteriormente, homenageou Jobson de Paiva Sales, o diretor responsável pela reversão da suspensão.

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2024 mostrou que a Conafer foi a entidade que mais aumentou o volume de descontos em valores absolutos: de R$ 400 mil em 2019 para R$ 202 milhões em 2023. O presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, prestou depoimento à Polícia Civil em 2021 e alegou que os descontos indevidos seriam responsabilidade da Dataprev.

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A Polícia Civil apontou ainda que Carlos Roberto e a esposa, Bruna Braz, negociaram ao menos cinco imóveis entre 2019 e 2020, incluindo uma fazenda de R$ 3 milhões. A investigação foi assumida pela Polícia Federal, mas só resultou em uma operação em abril de 2025, que culminou na queda do então ministro da Previdência e do presidente do INSS.

Leonardo Rolim, ex-presidente do INSS, afirmou que a mudança na estrutura das diretorias foi parte de um processo racional de reestruturação, e que deixou o cargo em outubro de 2021, sem acompanhar o desdobramento dos contratos após sua saída.

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