SAÚDE

Pode comer frango com gripe aviária? Entenda tudo sobre a doença

A confirmação dos casos da doença no Brasil aconteceu na semana passada

Compartilhe:
19 de maio de 2025
Portal GCMAIS

A gripe aviária é uma doença causada por vírus do tipo influenza A que afeta principalmente aves, mas que pode, em casos raros, infectar humanos. O vírus é altamente contagioso entre aves, causando surtos que podem levar à morte em massa desses animais. No entanto, a transmissão para humanos é incomum e ocorre principalmente em pessoas que têm contato direto e prolongado com aves infectadas ou ambientes contaminados, como criadores, trabalhadores de granjas e profissionais envolvidos no controle de surtos. Mas, afinal, quais os riscos de comer frango em meio ao surto de gripe aviária? Entenda a seguir.

Pode comer frango com gripe aviária? Entenda tudo sobre a doença
Foto: Agência Brasil

Sintomas da gripe aviária

Os sintomas da gripe aviária em humanos podem variar desde quadros leves, semelhantes aos da gripe comum, até manifestações graves que incluem febre alta, tosse seca, dor de garganta, dores musculares, fadiga, conjuntivite, sintomas gastrointestinais como náuseas, vômitos e diarreia, além de dificuldades respiratórias e pneumonia grave. Em casos mais severos, pode ocorrer insuficiência respiratória, falência de órgãos e até óbito.

A transmissão do vírus entre aves ocorre por meio de secreções respiratórias, saliva, fezes e contato com superfícies contaminadas. Para os humanos, a infecção ocorre principalmente pelo contato direto com aves doentes ou seus excrementos, especialmente se não forem utilizados equipamentos de proteção individual adequados. A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente rara, limitada e não sustentada, o que reduz o risco de epidemias em humanos.

Quais os riscos de comer frango?

Uma dúvida comum relacionada à gripe aviária é se comer carne de frango ou ovos pode transmitir a doença. Autoridades sanitárias brasileiras e internacionais, como o Ministério da Agricultura, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), esclarecem que não há registros de transmissão da gripe aviária pelo consumo desses alimentos, desde que estejam devidamente cozidos.

O vírus da influenza aviária é sensível ao calor e é destruído durante o cozimento dos alimentos, o que torna o consumo seguro. Além disso, a casca do ovo funciona como uma barreira natural contra o vírus, e o tamanho dos poros na casca impede a passagem do vírus para o interior do ovo. Portanto, alimentos de origem aviária preparados adequadamente não representam risco de contaminação.

O risco de infecção humana está restrito principalmente a quem manipula aves infectadas ou seus resíduos sem proteção adequada, como profissionais de granjas e pessoas envolvidas no manejo de aves doentes ou abatidas. Para esses grupos, existem protocolos específicos para minimizar o risco de contágio, incluindo o uso de equipamentos de proteção individual e medidas de biossegurança.

Gripe aviária no Brasil 

a situação da gripe aviária no Brasil está sob rigorosa vigilância e controle por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O país confirmou até o momento dois focos da doença: um em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e outro em cisnes silvestres no zoológico de Sapucaia do Sul, também no Rio Grande do Sul. Além desses, o governo brasileiro investiga seis casos suspeitos, sendo dois em granjas comerciais localizadas em Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC), e quatro em propriedades familiares de subsistência, incluindo uma no município de Salitre, no Ceará.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil precisa passar 28 dias sem registrar novos casos para ser considerado oficialmente livre do vírus H5N1, responsável pela gripe aviária. Esse período corresponde ao ciclo do vírus, e, se não houver novas ocorrências, o país poderá retomar as exportações de frango, que foram suspensas por diversos mercados internacionais, como China, União Europeia e Argentina, após o primeiro registro da doença em granja comercial. O ministro ressaltou que, mesmo após esse prazo, a reabertura dos mercados será gradual e sujeita a questionamentos e auditorias, mas a expectativa é que as restrições sejam reduzidas inicialmente apenas ao estado do Rio Grande do Sul ou até mesmo apenas ao município de Montenegro.

No Ceará, a situação é de investigação de um caso suspeito em uma produção doméstica para subsistência, localizada em Salitre. Esse caso faz parte de um grupo de quatro suspeitas em propriedades familiares, que não têm impacto comercial direto, mas são monitoradas para evitar disseminação do vírus. O Ministério da Agricultura reforça que a vigilância é ampla e inclui desde grandes granjas comerciais até pequenos criadores domésticos, com o objetivo de detectar rapidamente qualquer sinal da doença e agir para conter sua propagação.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) acompanha o caso brasileiro com atenção, destacando que o surto no Brasil marca uma nova etapa da presença do vírus na América Latina, que até então afetava principalmente aves silvestres e de criação caseira. A FAO ressalta que, apesar da propagação do vírus da gripe aviária, comer frango e ovos continua seguro, especialmente quando os alimentos são bem cozidos, e que o risco de infecção humana permanece baixo.

Leia também | De Fortaleza ao Vale do Silício: história de empreendedor inspira participantes do Equity Tour

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<< 

WhatsApp do GCMais

NOTÍCIAS DO GCMAIS NO SEU WHATSAPP!

Últimas notícias de Fortaleza, Ceará e Brasil

Lembre-se: as regras de privacidade dos grupos são definidas pelo Whatsapp.