SAÚDE

Brasil enfrenta surto de influenza com baixa vacinação e alta de internações, alerta Fiocruz

Situação preocupa por atingir não apenas o Sul e o Sudeste, como tradicionalmente ocorre, mas também outras regiões do país

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6 de junho de 2025

Portal GCMAIS

O Brasil vive um surto de influenza em 2025, impulsionado pela baixa cobertura vacinal e pela alta circulação do vírus influenza A. O alerta vem de especialistas e do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (5), que aponta aumento expressivo de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 15 estados e no Distrito Federal.

Brasil enfrenta surto de influenza com baixa vacinação e alta de internações, alerta Fiocruz

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Segundo o boletim, a situação preocupa por atingir não apenas o Sul e o Sudeste, como tradicionalmente ocorre, mas também outras regiões do país. “Os casos começaram mais cedo, ainda em maio, e se espalharam por todo o país”, destaca o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury.

O infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), reforça: “Sem dúvida estamos vivendo uma temporada importante, com um número grande de hospitalizações pelo vírus influenza”.

Vacinação abaixo da meta

A baixa procura pela vacina contra a gripe é apontada como um dos principais fatores para o surto de influenza no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, apenas 35,96% do público-alvo foi imunizado no país, bem abaixo da meta de 90%.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que o Rio de Janeiro é o estado com os menores índices de vacinação no país, somente 21,75%. Logo depois estão Bahia, Maranhão, Mato Grosso e Pernambuco, com índices próximos a 30%.

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Cobertura vacinal contra influenza

Rio de Janeiro – 21,75%
Mato Grosso do Sul – 28,38%
Maranhão – 29,86%
Bahia – 30,52%
Alagoas – 37,37%
Ceará – 39,34%
Distrito Federal – 37,38%
Espírito Santo – 41,71%
Goiás – 32,34%
Minas Gerais – 41,47%
Mato Grosso – 44,93%
Paraíba – 38,35%
Pernambuco – 30,98%
Piauí – 45,25%
Paraná – 41,68%
Rio Grande do Norte – 39,68%
Rio Grande do Sul – 42,06%
Santa Catarina – 41,41%
Sergipe – 36,49%
São Paulo – 36,23%

Dados disponíveis somente para 19 unidades federativas e o DF.

Diante da baixa adesão, capitais como São Paulo e Rio de Janeiro já ampliaram a campanha para toda a população.

Alta nos casos e internações

Os estados com maior incidência de SRAG nas últimas semanas são:

Acre
Alagoas
Bahia
Goiás
Maranhão
Minas Gerais
Mato Grosso
Paraná
Paraíba
Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul
Roraima
Santa Catarina
São Paulo
Sergipe
Além do Distrito Federal.

Segundo o boletim da Fiocruz, idosos são os mais afetados por hospitalizações e mortes, mas também há aumento significativo entre jovens e adultos. Quase 75% das mortes por SRAG nas últimas quatro semanas foram causadas por influenza A ou B.

Vacinação ainda é essencial

Os especialistas alertam que ainda há tempo para se vacinar. Mesmo com o início precoce da temporada, o vírus continuará circulando durante o inverno.

Além da baixa vacinação, fatores como possíveis mutações do vírus e alterações climáticas também contribuíram para o surto. “É preciso se proteger, especialmente os grupos de risco”, reforça Granato.

A vacina da gripe oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra três cepas: H1N1 e H3N2 (influenza A) e uma variante da influenza B. A imunização é gratuita para os grupos prioritários.

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