O QUE SE SABE SOBRE A NOVA CEPA

Variante do coronavírus identificada no Ceará liga alerta no combate à pandemia

Além de identificar a variante de Manaus no Ceará, o anúncio da Secretaria da Saúde também liga um alerta para a possibilidade de transmissão comunitária

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9 de fevereiro de 2021
Márcia Catunda

Na última terça-feira (8), a Secretaria da Saúde do Ceará confirmou que o Estado já têm três pacientes infectados pela nova variante do coronavírus, vinda de Manaus. Destes, dois são viajantes e o terceiro é uma pessoa que mora no Ceará. Outras 90 pessoas ainda estão sendo estudadas para saber estão infectadas pela nova cepa do vírus.

Variante do coronavírus identificada no Ceará liga alerta no combate à pandemia
Ceará o 8º estado do País em número de casos. Foto: Governo do Ceará

Essas informações ligam um alerta no combate à pandemia no Ceará. Além da confirmação de que a mutação já está no Estado, a constatação de que uma pessoa foi infectada sem ter viajado para um dos locais de risco indica a possibilidade de uma transmissão comunitária. Ou seja, a mutação do coronavírus pode já estar sendo transmitida entre a população cearense.

“A covid-19 é uma doença que tem trazido muitas surpresas e tudo que acontece de diferente deve servir de alerta. Temos que fazer tudo para evitar casos”, destaca o infectologista Dr. Anastácio Sousa. 

Ele ressalta que ainda há muito o que ser descoberto sobre essas novas variantes, afinal, é cedo para serem realizados estudos complexos que sejam capazes de trazer mais certezas. Mas já existem algumas coisas que foram descobertas sobre a nova cepa.

“Nós sabemos que elas podem se multiplicar mais. Eu, se fosse contaminado com uma nova variante, posso produzir e transmitir mais vírus”, explica.

Segundo os cientistas, a variante de Manaus possui mutações nos genes que codificam a espícula, que é justamente a região responsável por permitir que o vírus consiga invadir as células humanas. Por isso, acredita-se que a nova cepa também possui mais capacidade de infectar alguém.

O Dr. Anastácio também explica que, apesar de ainda existirem muitas dúvidas, há a possibilidade de que crianças sejam mais afetadas por essa nova cepa. “Na realidade, a capacidade de transmissão é maior, então nós podemos ter mais crianças infectadas e elas poderão ser mais afetadas. No Reino Unido [outro lugar que registra uma variante do vírus], as informações é de que teríamos crianças com quadros mais severos do que tivemos alguns meses atrás. Isso é algo realmente que deixa todos muito atentos para o que deveremos fazer”, destaca o infectologista.

Quando questionado sobre a possibilidade de Fortaleza enfrentar uma crise na saúde como aconteceu em Manaus, Dr. Anastácio lembra que a situação do Amazonas é mais complexa do que simplesmente o vírus. “Fica muito difícil tirar conclusões sem ter um estudo bem fundamentado. Manaus foi muito estranho, uma cidade em que falta oxigênio para muita gente. É uma análise muito precipitada” conclui.

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