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Ceará caminha para segundo pico da pandemia de covid-19

De todos os casos confirmados, 9 em cada 10 profissionais da saúde se recuperaram do coronavírus, 98% do total. Foto: Governo do Ceará

O Ceará pode estar caminhando para um cenário da pandemia tão preocupante quanto o que se viu no piores momentos de 2020. Os números de infecções e óbitos, apesar de ainda não estarem tão altos como estiveram no pico da doença no ano passado, estão em rápido crescimento e ligam um alerta. E a situação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em todo o Estado está perto de ficar mais alarmante do que nos momentos mais críticos.

O GCMAIS reuniu os números mais recentes da pandemia e comparou com os valores do pico no ano passado. Além disso, também explicamos a situação dos leitos de UTIs, o que justifica as altas taxas de ocupação e quais medidas estão sendo tomadas.

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Números da covid-19

Segundo os dados do IntegraSus, plataforma da Secretaria da Saúde do Ceará, o pior momento da pandemia no estado foi durante o mês de maio de 2020. Entre o dia 1º de maio e 1º de junho foram identificados 76.643 pessoas infectadas com covid-19. Nesse mesmo período, foram 3.982 vítimas fatais do vírus.

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Até o momento, os números ainda não são tão altos como foram antes. Entre os dias 15 de janeiro de 2021 e 15 de fevereiro, foram registrados 36.688 casos de infecção por covid-19 e 425 mortes. Porém, analisando a curva de crescimento de casos, o momento atual é tão alarmante, como aconteceu antes do pico de maio.

O gráfico divulgado pelo IntegraSus mostra, visualmente, o crescimento recente no número de casos, que se assemelha com a véspera do pico de 2020. | Foto: Reprodução / IntegraSus

Ocupação das UTIs

A situação pode ser ainda mais alarmante neste momento por conta das condições das UTIs. Apesar dos números da covid-19 ainda não estarem tão ruins quanto no pico de 2020, o Ceará já registra uma taxa de ocupação de leitos quase tão alto quanto no pior momento da pandemia.

Segundo o boletim mais recente do IntegraSus, 86,69% das UTIs em todo o estado estão ocupadas. Esse valor é próximo ao que se viu em maio do ano passado. No dia 24 daquele mês, a taxa de ocupação no Ceará chegou ao pico mais alto até então, o valor foi de 90,94%.

Números de leitos

Essa disparidade entre o número de casos detectados da covid-19 e a taxa de ocupação das UTIs pode ser explicado pelo número de leitos disponíveis atualmente. No ano de 2020, diante do pico da doença, o Ceará chegou a ter quase 3 mil leitos exclusivos para a covid-19, segundo a Secretaria da Saúde. Isso porque foram montados hospitais de campanha, cirurgias eletivas (ou seja, sem caráter de urgência) foram canceladas e diversos leitos foram cedidos para o atendimento da pandemia.

No final do período mais drástico, esses equipamentos voltaram a ser usados para outros procedimentos médicos e os hospitais de campanha foram desligados. Mas, com o retorno de um momento crítico da pandemia, o sistema de saúde do Ceará volta a tomar medidas para desafogar o atendimento a covid-19.

No começo de fevereiro, o Estado contava com 327 leitos de UTIs para covid-19. O número subiu para 491 na segunda-feira (15). A promessa do governador Camilo Santana é que esse valor chegue a 703 até o final de fevereiro.

Já na terça-feira (16), a Secretaria da Saúde do Estado divulgou um ofício recomendando a suspensão das cirurgias eletivas e serviços ambulatoriais em todo o Ceará, tanto para a rede pública quando para a particular. Os profissionais destas unidades de saúde devem se somar no combate à pandemia.

Leia também | Estruturas de saúde pública e privada podem entrar em colapso no Ceará, alerta especialista

O sistema Unimed também voltou tomar medidas urgentes. Na segunda-feira, a rede privada de saúde anunciou que o hospital de campanha será reativado. Segundo o médico Elias Leite, os planos era que o equipamento fosse retomado no final de fevereiro, mas isso precisou se antecipado diante do crescimento da doença.

“É preciso que as pessoas entendam que corre o risco de as estruturas de saúde, tanto pública quanto privada, entrarem em colapso. Ou seja, se os números continuarem subindo muito, as estruturas de saúde não terão condição de atender todo mundo que precisa”, explica Elias

Medidas devem ser anunciadas

Desde o começo da pandemia, o Governo do Ceará conta com um comitê de combate à pandemia. Esse grupo é responsável por analisar o quadro da pandemia e definir as medidas que devem ser tomadas para evitar a disseminação do vírus.

O comitê têm uma reunião marcada para a manhã desta quarta-feira (17). É de lá que deve sair um novo decreto estadual ou a renovação do decreto atual. Até a meia noite deste dia 17, o que vale no Ceará é o decreto do Carnaval, que impõe barreiras sanitárias em diversos municípios, proíbe viagens intermunicipais e restringe o funcionamento do comércio.

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