Com a digitalização de serviços, cresce também o número de golpes virtuais. Em razão da idade, idosos são considerados mais vulneráveis aos crimes online. Tornou-se comum para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o recebimento de mensagens pedindo dados pessoais para supostas atualizações.
O advogado André Peixoto, especialista em Direito Digital e consultor em proteção de dados, alerta que o WhatsApp é a plataforma mais utilizada pelos criminosos na hora de abordar idosos. “Existem pessoas reportando que tiveram seus números clonados, que não fizeram solicitações de envio de dinheiro. Isso é resultado da invasão das contas. As pessoas precisam redobrar seus cuidados”.
Confira outras dicas com o especialista:
De acordo com Antônio Francismar Lucena, gerente executivo do INSS, o aplicativo do Instituto é uma maneira segura de acompanhar as solicitações e procedimentos de maneira digital. O que preocupa o órgão são as mensagens de texto encaminhadas via WhatsApp aos celulares dos segurados. Francismar alerta ser necessário redobrar a atenção para evitar clicar em links de golpistas. Confira a entrevista:
De acordo com o diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil, delegado Edvando França, os criminosos aproveitam situações como a campanha de imunização contra o coronavírus, por exemplo, para aplicar golpes virtuais. “Esse é um momento oportuno para os golpistas tentarem roubar seus dados. O ideal é que a pessoa evite clicar em links, certificar quem enviou para você esse link, se ele é de um órgão oficial, se o telefone é de órgão público, se de fato os postos de vacinação estão fazendo ligações para cadastrar os pacientes”, pontuou.
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Os tipos de golpes citados acima consistem em links maliciosos propagados via WhatsApp, e-mails e redes sociais. Eles são categorizados na prática conhecida como Phishing (“pescaria”, em português), que consiste no ato de tentar adquirir informações como nomes de usuários, senhas, detalhes de cartão de crédito e, às vezes, indiretamente, dinheiro, fingindo ser uma entidade confiável em uma comunicação eletrônica. Os ataques de phishing podem resultar na exposição e perda de informações que podem ser usadas de maneira maliciosa e prejudicar a reputação da vítima.
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Algumas dicas para se proteger desses golpes virtuais são:
– Não faça download de softwares e aplicativos de origem desconhecida;
– Não abra links desconhecidos enviados por e-mail ou aplicativos;
– Habilite a verificação em duas etapas nos aplicativos e e-mails;
– Desconfie sempre e cheque a fonte;
– Não clique em links contidos em SMS, mensagens instantâneas ou em postagens em mídias sociais de pessoas ou organizações desconhecidas, que possuem endereço suspeitos ou estranhos.
Outra medida importante para não cair em golpes é não enviar dinheiro ou valores solicitados por mensagem ou ligação. Certifique-se de quem se trata a pessoa com quem você está em contato para não cair em um golpe.
Golpe da conta do WhatsApp
Outro golpe conhecido e bastante propagado neste período de isolamento social, trata-se do WhatsApp clonado. Esse golpe consiste em um contato do criminoso com a pretensa vítima via bate-papo. Geralmente, o criminoso envia um link para o aparelho celular da vítima, fingindo ser de um site de compras ou de uma instituição financeira. Ao clicar no link, a vítima tem seus dados clonados pelo estelionatário. Em pouco tempo, a vítima tem sua conta de WhatsApp bloqueada, e o estelionatário passa a usar o perfil da vítima. Dessa forma, ele entra em contato com a rede de relacionamentos registrada no aplicativo, fingindo ser a vítima e pedindo favores como empréstimos. Muitas pessoas, acreditando que estão falando com seu amigo, transferem o pagamento solicitado sem buscar outra forma de conferir a veracidade da mensagem.
Ao se deparar com tal situação, é indicado entrar em contato com o amigo por meio de uma ligação telefônica para confirmar se a solicitação procede e sempre ficar atento com o recebimento de links suspeitos. Outra forma de evitar o golpe é ativar a verificação em duas etapas, um mecanismo de segurança disponível no aplicativo WhatsApp. Assim, qualquer tentativa de verificação de um número de telefone no aplicativo terá de ser acompanhada por um PIN (senha) de seis dígitos, criado pelo usuário. Para a Polícia, essa é a melhor forma de se prevenir contra o golpe.
O delegado Julius Bernardo, da Célula de Inteligência Cibernética do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil, chama atenção para alguns cuidados básicos que evitam o criminoso de ter sucesso em sua investida. “É importante alertar que as pessoas configurem o aplicativo para a verificação em duas etapas. É uma medida de segurança, que impedirá o criminoso de acessar a conta da vítima de outro aparelho, porque ele pedirá o PIN do celular. Já para aquelas pessoas que receberem mensagens de pessoas conhecidas, solicitando dinheiro, por exemplo, é importante que elas entrem em contato em ligação, para ouvir a voz do usuário da conta e questionar sobre o pedido via mensagem”, explica.