Marcos Antônio de Castro Farias (46), suspeito de participação em ataques criminosos contra prédios públicos, além de planejar a morte de representantes do Governo do Ceará, foi preso na última quinta-feira (18), enquanto dirigia um carro blindado no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. A prisão integra o Plano de Forças-Tarefas do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) de combate ao crime organizado.
Conhecido pelo codinome de “Irmão Oculto”, Marcos Antônio era investigado como um dos coordenadores dos ataques contra prédios públicos e privados ocorridos entre abril e setembro de 2019. Além disso, planejava o assassinato de autoridades do Governo do Ceará. Ele já tinha sido identificado, mas estava foragido desde então.
Os ataques aconteceram após a chegada de Mauro Albuquerque, secretário de Administração Penitenciária (SAP). Na época, a facção criminosa organizou uma tabela com o preço dos assassinatos. A morte do então novo gestor, segundo o registro, valeria R$ 500 mil. Entretanto, o maior valor seria pago pela morte do governador do Ceará, Camilo Santana, que valeria R$ 1 milhão a ser pago pelas lideranças do grupo criminoso.
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Troca de mensagens
As ameaças contra autoridades do Governo do Ceará foram investigadas pela Polícia Federal, que teve acesso ao celular de um dos representantes da facção criminosa, Ednal Braz da Silva, o Siciliano. Em troca de mensagens, os integrantes do grupo criticaram a nomeação de Albuquerque, que prometia enrijecer o sistema prisional cearense.
“Como que um Governador eleito democraticamente pode permitir que um secretário mande e desmande dentro do seu estado de maneira tão irresponsável? [sic]”, diz um trecho das mensagens. “MANO tem que coloca pânico nese mauro (Albuquerque)… Coloca uma recompensa… 30 mil o crime paga… Só pra dexa ele doido… [sic]”, diz outra mensagem.
Conforme o inquérito da Polícia Federal, o grupo trabalhava para se firmar “como poder maior, a que os poderes estatais devem se curvar. Para garantir a concretização desse intuito, seus líderes não hesitam em planejar ações brutais, para eliminar não somente os membros das facções rivais, mas também qualquer tipo de autoridade estatal que se contraponha aos interesses da organização criminosa”.
Forças-Tarefas SUSP
O Plano de Forças-Tarefas SUSP de Combate ao Crime Organizado foi lançado em janeiro deste ano pelo MJSP e conta com a atuação conjunta, integrada e coordenada entre as polícias da União e dos estados. As ações terão como foco prevenção, repressão, monitoramento e investigação de grandes organizações criminosas a partir da atuação conjunta entre as polícias da União e dos estados.
A prisão contou com a atuação de profissionais de segurança da Polícia Militar do Ceará (PMCE), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), em conjunto com a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e membros da Força-Tarefa SUSP.