Durante o dia, trabalhadores suspenderam as atividades para pedir prioridade na vacinação contra o coronavírus
A cada três dias de fevereiro, um motorista de ônibus morreu por Covid-19 no Ceará
Motoristas e cobradores de ônibus fizeram paralisações em três terminais de Fortaleza nesta quarta-feira (24). Os trabalhadores, que mantêm as atividades durante o período de lockdown no Ceará, pedem prioridade na campanha de imunização contra a Covid-19. De acordo com representantes da categoria, dois óbitos são registrados por semana, desde fevereiro, entre motoristas e cobradores no Estado.
“A nossa categoria deve ser colocada na primeira fase da vacinação”, afirma Domingos Neto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro). “Nos últimos dias, estamos perdendo muitas vidas. Os trabalhadores rodoviários estão perdendo suas vidas nos locais de trabalho pelo descaso de patrões e do governo”, completa.
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A vítima mais recente foi Giane Bento da Silva, falecida na última terça-feira (23). Ela trabalhava como fiscal, mas já foi cobradora de ônibus. No setor, atuava desde 1996. O óbito foi registrado um dia após a morte de Freitas, que trabalhava em outra empresa de ônibus de Fortaleza. Na última semana, os óbitos registrados foram de Alex César Ribeiro e José Diniz Wagner de Araújo. A frequência se mantém desde fevereiro. Desde o início da pandemia, cerca de 30 trabalhadores faleceram por complicações da doença.
Para alertar aos empresários sobre o caos sanitário, os trabalhadores suspenderam o trabalho pela manhã nos terminais dos bairros Messejana e Papicu. Com cerca de duas horas, a rotina foi normalizada. Pela tarde, uma outra mobilização interrompeu o funcionamento do terminal instalado no bairro Antônio Bezerra. Novos atos devem acontecer nos próximos dias.
A alta contaminação, segundo a categoria, deve-se ao risco que o trabalho oferece. Diariamente são registradas aglomerações nos coletivos, situação que preocupa os trabalhadores e o Ministério Público. No centro do problema, a Prefeitura de Fortaleza reforça, desde o começo do mês, a higienização nos coletivos e terminais da Capital.
Outro fator que preocupa os motoristas e cobradores é a falta de assistência médica. “Muitos profissionais procuraram a unidade de saúde conveniada neste período de segunda onda do coronavírus, mas não foram atendidos e retornaram doentes para casa”, disse Domingos Neto. Conforme o sindicalista, a maioria dos casos rejeitados pela operadora de saúde era Covid-19, o que aumenta as chances de contaminação entre trabalhadores e passageiros.
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Leia a íntegra da nota do Sindiônibus, que representa os empresários do setor:
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) comunica que na tarde de hoje (24), ocorreu uma paralisação de veículos no Terminal do Antônio Bezerra, em Fortaleza. A ocorrência, dirigida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro) durou cerca de 2 horas. Às 17h30, a frota de ônibus já estava circulando normalmente.
Mais cedo, pela manhã, o Sintro também realizou uma paralisação no Terminal do Papicu, que durou cerca de 2h. Ao fim da paralisação (11h), os ônibus voltaram a circular normalmente.
O Sindiônibus não foi notificado previamente sobre a ação e repudia qualquer ato que que prejudique a circulação dos ônibus e impeça o deslocamento da população. A entidade reitera que o diálogo está sempre aberto e que as pautas devem ser tratadas sob negociação, sem prejuízo ao fornecimento do serviço de transporte.
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