CEARÁ

Policiais penais somam quase 800 casos de Covid-19 e pedem prioridade na vacinação

Categoria articula entrada na próxima fase da imunização no Ceará, seguindo o calendário nacional do Governo

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28 de março de 2021
Ninho Digital

Marcelo Linhares Aragão (45) foi um dos cinco policiais penais que morreram no Ceará, vítima do novo coronavírus. A morte foi comunicada pela Secretaria de Administração Penal (SAP) no último sábado (27). O agente de segurança faz parte de um grupo com, pelo menos, 783 registros da doença confirmados. Como o serviço é essencial, eles continuam trabalhando desde o início da pandemia, preocupando o sindicato representante da categoria, que busca incorporar os policiais penais na próxima etapa da campanha de vacinação no Estado.

Policiais penais somam quase 800 casos de Covid-19 e pedem prioridade na vacinação
Policial penal em teste para detectar Covid-19

“São Paulo e Espírito Santo já confirmaram a vacina para a segurança pública na próxima etapa, mas a gente precisa antecipar aqui no Ceará. A gente tá nessa busca por essa prioridade. Não podemos parar, somos um serviço essencial. Fazemos escoltas até nos hospitais, ficamos expostos a esse vírus. Por causa disso, a gente quer pedir ao governo que antecipe essas vacinas”, solicita Joélia Silveira, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Ceará (Sindppen-CE).

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Ceará: casos de Covid-19 devem cair nas próximas semanas, mas vacina é essencial para manter redução de pacientes

De acordo com a tabela da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), os policiais penais e demais trabalhadores do sistema, além das pessoas com privação da liberdade, devem ser vacinadas apenas na quarta etapa da campanha, ainda sem previsão para ser iniciada.

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Ainda em fevereiro, Joélia protocolou um pedido de prioridade para a categoria, como fizeram outras entidades trabalhistas no Ceará. “A infecção pelo vírus dentro das unidades pode ser desastrosa e não podemos perder mais colegas de farda, temos que resguardar a saúde dos policiais penais, além da nossa preocupação com o baixo efetivo”, declarou.

O sistema prisional acumula mais de 2.403 casos de Covid-19. A maioria dos diagnósticos positivos estão entre os internos, que já somam mais de 1.620 registros. Os policiais penais aparecem em seguida no total de trabalhadores atingidos. Para reduzir a crise, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) optou pela proibição de visitas. A comunicação entre presos e seus familiares, neste momento, só pode ser feita por meio de cartas.

Escute o comentário da presidente: 

“Nesse mês, nós do Sindicato [Sindppen] visitamos algumas unidades. Em cada unidade, nós temos em torno de dez atestados e licenças por Covid”, desabafa Joélia Silveira, sobre a situação crítica nos presídios. “No dia nove de março, no plantão, haviam faltado mais de dez pessoas, doze somente com Covid, além de mais sete licenças. Ficou um efetivo baixíssimo na unidade, tendo a SAP que cobrir com extra e outros profissionais de outras unidades. É essa a nossa situação e a gente está correndo contra o tempo para conseguir vacina”, revela.

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A disputa para avançar na fila se fortaleceu a partir de 23 de março, quando André Mendonça, titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública, encaminhou um protocolo ao Ministério da Saúde, demandando a inclusão das forças de segurança nas primeiras fases da vacinação. A medida foi encorajada pelas entidades trabalhistas do país. “É um trabalho essencial, é nosso, mas a gente tem que se resguardar o máximo possível”, finaliza a presidente.

Ceará ultrapassa meta de vacinação do Ministério da Saúde

O Ceará ultrapassou, nesta terça-feira (16), a estimativa do Ministério da Saúde em vacinar 75% dos grupos prioritários, na primeira etapa da campanha de imunização contra a Covid-19. Assim, 56 das 184 cidades cearenses já podem passar para a segunda fase de vacinação, que inclui idosos a partir de 60 anos, à medida que novas doses chegarem.

“A quantidade de vacinas já enviadas pelo Ministério da Saúde não é suficiente para toda a população, mesmo aquelas dos grupos prioritários. Então, alguns municípios já atingiram essa meta para trabalhadores da saúde e outros atingiram para idosos”, explica Magda Almeida, secretária de Vigilância e Regulação da Sesa.

Ceará pode entrar na terceira onda

O segundo pico da pandemia deve se prolongar até, pelo menos, 15 de abril. Os novos casos de Covid-19 crescem diariamente, com necessidade de internação. E mesmo com o isolamento social rígido, muitas aglomerações ainda são dispersadas pela força-tarefa que fiscaliza o cumprimento do decreto sanitário. Com a cobertura vacinal abaixo do necessário para a imunização em massa, o lockdown, adotado pelo Estado para reduzir os impactos da crise, deve permanecer até 50% da população ser vacinada.

“Sem querer fazer terrorismo, na situação que estamos hoje, com contaminação em alta e as pessoas nas ruas, a tendência é que a gente fique nesse nível alto, infelizmente, por mais quatro semanas. Então os casos começam a cair, como aconteceu no ano passado”, detalha o estatístico Nonato de Castro, do Instituto Ampla Pesquisa.

Cerca 175 mil cearenses ainda não confirmaram cadastro de vacinação

Cearenses que realizaram o cadastro de vacinação e ainda não receberam a confirmação por e-mail podem, a partir de sexta-feira (19), consultar a efetivação do cadastro pelo telefone 0800 275 1475. O cadastro pode ser feito até 27 de março.

De acordo com a secretária executiva da Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Magda Almeida, cerca de 175 mil pessoas ainda não confirmaram a inscrição. “O canal é mais uma ferramenta para a população confirmar o cadastro já feito na plataforma Saúde Digital”, ressalta.

Até o momento, mais de 870 mil inscrições foram realizadas. Destas, cerca de 695 mil pessoas confirmaram o cadastro por e-mail.

Datafolha: para 76% dos brasileiros vacinação está lenta

Pesquisa Datafolha aponta que para 76% dos brasileiros a vacinação segue em ritmo mais lento do que deveria. Apenas para 18%, a imunização está sendo feita em velocidade adequada. 6% veem as vacinas aplicadas de forma mais rápida do que deveria.

O Instituto também perguntou aos entrevistados quanto tempo acham que vai demorar para que todos os brasileiros maiores de 18 anos sejam vacinados contra a Covid-19. Para 43%, isso só deve ocorrer entre seis meses e um ano. Outros 26% acreditam que vai demorar mais do que isso e estimam um prazo entre um e dois anos.

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