Levantamento mostra que pandemia e auxílio emergencial de baixo valor podem agravar a situação em todo o país
Fome avança entre os mais pobres no Ceará durante a pandemia
Mais de 10% dos cearenses não conseguem manter garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável, conforme aponta o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN).
Há dois anos, conforme o relatório, a porcentagem de cearenses afetados pela fome era superior a 4%, mas no primeiro ano da pandemia de coronavírus, esse aumento acelerou, semelhante ao registrado em 2004.
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De acordo com o estudo, a concessão de um auxílio emergencial com um valor “significativo à população” pode ajudar a conter o avanço da miséria, mas com a previsão de agravamento da pandemia, atraso na campanha de vacinação e auxílio “de baixo valor e duração limitada”, tendência é de piora nos índices, resultando “em mais fome e desespero”.
“A crise econômica, que já vinha revertendo o sucesso alcançado até 2013 na garantia do direito humano à alimentação adequada, ganhou impulso negativo maior em 2020 com o advento da pandemia, apesar da permanência de alguns programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, e a criação do auxílio emergencial com o objetivo de mitigar os efeitos da pandemia sobre o emprego e renda”, diz o relatório.
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Em março, José Sarto, prefeito de Fortaleza anunciou a criação de um auxílio municipal com pagamento de duas parcelas de R$ 100 para mitigar os efeitos da crise. “Eu tenho dito desde sempre que a prioridade do orçamento de Fortaleza é para quem mais precisa, é pra periferia. Desde que assumi, cortamos gastos de pessoal, cortamos investimentos. A nossa prioridade é proteger a renda mínima”, disse o gestor. “O orçamento da Prefeitura é prioritário para quem mais precisa. E quem mais precisa é quem não tem renda, quem está desempregado”, destacou.
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Enquanto isso, Camilo Santana, governador do Ceará, isentou 500 mil famílias cearenses do pagamento da tarifa de energia elétrica, além de outras medidas de apoio às vítimas da pandemia, como o auxílio financeiro de R$ 1 mil para profissionais do setor de bares, restaurantes e alimentação fora do lar desempregados. O cadastramento de interessados no benefício deve ser feito até a quinta-feira (8).
“Sei que tem sido difícil para vários setores da economia, os eventos, por exemplo, sofre também, por isso já aprovamos uma série de medidas de apoio. Além disso, durante todo esse ano de pandemia, fizemos uma série de ações sociais, como o pagamento da água, luz, distribuição do vale-gás, a antecipação do Cartão Mais Infância, distribuição de chips com internet e depois tablets para que os alunos continuem com a educação remota. Agora chegamos com as medidas ao setor de bares e restaurantes”, destacou o governador.
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