Os três principais reservatórios do Estado do Ceará tiveram suas vazões médias de operação aprovadas para 2021.2 no XXVIII Seminário de Alocação das Águas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú, realizado na última quinta-feira (1º). Com metodologia digital aprimorada, foi a segunda vez que o seminário foi realizado de forma virtual devido ao contexto da pandemia.
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A alocação de água dos vales é um processo conjunto, que conta com 6 Comitês de Bacia Hidrográficas (CBHs) do Estado: Baixo, Médio e Alto Jaguaribe, Salgado, Banabuiú e Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Hoje, os 3 maiores açudes do estado encontram-se com os seguintes volumes acumulados: Orós – 28,60%; Castanhão – 12,35%; Banabuiú – 9,72%.
As propostas sobre os possíveis cenários de liberação de água dos reservatórios foram discutidas pelos presentes, que aprovaram as seguintes vazões para a operação do segundo semestre:
Açude Castanhão: vazão média de 12 m³/s (3,931 m³/s para bombeamento do Eixão das Águas, e 8,069 m³/s para perenização do rio Jaguaribe) com a vazão média dos perímetros sendo Distar = 2,5 m³/s, FAPIJA = 2,5 m³/s, Mandacaru = 0,28 m³/s e 0,30 m³/s para o bombeamento reverso do Canal do Trabalhador, sem transferência para a RMF.
Açude Orós: vazão média de 3750 L/s; sendo destes 400 L/s para Feiticeiro e 700 L/s para Lima Campos.
Açude Banabuiú: vazão média de 290 L/s, através de descargas controladas com a indicação de pulsos de vazões na ordem de 1,8 m³/s por 10 dias com intervalos de 60 dias.
Aridiano Belk, atual Coordenador Geral do Fórum Cearense de Comitês de Bacias Hidrográficas, coordenou o encontro com o apoio de outros CBHs e da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – Cogerh, e definiu o evento como “um momento ímpar para a nossa região e nossos comitês de bacias. Consideramos esta a reunião de alocação mais importante do ano”.
O sentimento foi ecoado pelo diretor presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, que ressaltou o processo de gestão participativa dos recursos hídricos para decidir o uso da água dos três grandes reservatórios. “Hoje eu diria que o sistema Jaguaribe é um sistema integrado à região metropolitana. Como a maior região hidrográfica do Estado, a bacia do Jaguaribe representa mais de 50% da água do Ceará, e esse processo democrático é fundamental para gestão eficiente dos recursos hídricos”, concluiu.
Na ocasião, Meiry Sakamoto, gerente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme, realizou um balanço da quadra chuvosa em 2021, que terminou com um desvio negativo de 15,4% em relação à média. O mês de junho, primeiro do período de Pós-Estação, também terminou com chuvas abaixo da média, em um desvio de 56,6%.
Junto aos cenários de liberação, representantes da Cogerh também apresentaram um balanço da operação realizada durante o primeiro semestre. De acordo com os dados apresentados, a vazão média operada nos reservatórios encontra-se dentro dos parâmetros previamente aprovados.