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Aumento na taxa Selic: entenda como isso interfere no seu bolso

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Na última quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou um aumento de 0,75% na taxa de juros básica da economia, a Selic. Essa é a primeira vez desde julho de 2015 que acontece um crescimento nesse valor, que agora fica em 2,75%.

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Para quem não é da área da economia, esses números podem ser confusos e gerar mais dúvidas do que respostas. Porém, decisões como essas têm impacto direto na vida e no bolso do brasileiro.

Para o economista Igor Lucena, que assina a coluna + Análise do GCMAIS, o primeiro passo para entender essa medida é compreender a função que o Banco Central ocupa na economia brasileira. “Uma das funções principais do Banco Central é a manutenção do poder de compra da população, ou seja, a manutenção do poder de compra do real”, destaca Igor.

Por exemplo: quando você vai a um supermercado para comprar um quilo de carne por R$ 30 e, dois meses depois, a mesma carne está custando R$ 40 o quilo, o seu poder de compra diminui. Afinal, para adquirir o mesmo produto, na mesma quantidade, você vai precisar gastar mais dinheiro.

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Diante disso, o Banco Central estabelece metas para garantir o poder de compra da população e controlar a inflação. E a taxa Selic é o principal instrumento para atingir esse objetivo. “Ao aumentar 0,75% [na taxa Selic], o Banco Central sinaliza para os mercados e para as pessoas o seguinte: nós estamos comprometidos com o combate à inflação”, explica Igor Lucena.

A perspectiva de queda nos preços

Talvez você ainda esteja se perguntando: e como essa decisão afeta o preço das compras no supermercado? O economista explica que o aumento na taxa Selic tem dois efeitos que afetam diretamente o bolso do cidadão.

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“O primeiro efeito é a tendência de queda da inflação. Isso ocorre porque, a partir do momento que a taxa de juros sobe, fica mais atrativo alocar dinheiro em títulos e não na economia real. Isso faz com que o preço dos produtos caia”, destaca Igor Lucena.

O outro efeito é a queda do dólar. A moeda norte-americana tem um impacto direto em diversos custos para os brasileiros, como a gasolina. “E, com a queda do dólar, os insumos para a produção ficam mais baratos, tornando a inflação mais barata e os produtos na mesa dos brasileiros também mais baratos”, explica o economista.

Aumento na Selic pode gerar dificuldade no retorno da economia

Porém, apesar de trazer uma perspectiva de preços mais baixos para o consumidor, o aumento na taxa Selic também pode trazer alguns empecilhos para a economia brasileira e a geração de empregos.

“Todo aumento na taxa de juros desestimula a produção real, porque ele estimula o investimento em títulos do mercado financeiro. Isso significa que o aumento da taxa de juros compromete a volta econômica e o reaquecimento da economia. Consequentemente, você está comprometendo a volta mais rápida dos empregos”, explica Igor Lucena.

Porém, ele também destaca que essa geração de empregos não é uma função do Banco Central e sim do Ministério da Economia. Como o órgão financeiro se tornou independente do Governo Federal, ele não sofre interferência dos ministros e do presidente, e, por isso, deve manter a meta de conter a inflação.

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“Vale ressaltar que o Banco Central já sinalizou que, numa próxima reunião, subiria mais 0,75% da taxa de juros. Isso significa que há um rígido interesse no controle da inflação”, antecipa o economista. “Por mais que isso dificulte os planos do Governo para a retomada econômica, o Banco Central está fazendo o seu papel”, avalia.

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