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Entenda como a paridade do euro com o dólar impacta as empresas brasileiras

Como a paridade do euro com o dólar impacta as empresas brasileiras

Foto: Pexels

Na última semana, a cotação do euro ficou em paridade com o dólar e chegou a custar até menos que a moeda norte-americana, sendo negociada a US$ 0,998 — fato que não ocorria há 20 anos. A tendência de recessão econômica na Europa é considerada a principal responsável pela desvalorização do euro frente ao dólar.

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O ano de 2022 tem sido difícil para a economia da Zona do Euro, que vem sofrendo com a alta de preços, principalmente em virtude da guerra na Ucrânia. Mas, afinal, como a queda da moeda europeia ante a moeda norte-americana pode impactar as empresas brasileiras?

Janaina Assis, CEO da B2Gether, é especialista em operações de câmbio e atua há mais de 15 anos no mercado de transações em moeda estrangeira, como importação e exportação, facilitação de pagamentos internacionais e câmbio financeiro. A seguir, ela explica como essa mudança na economia mundial pode repercutir  o mercado financeiro.

Segundo Janaina, a desvalorização do euro em relação ao dólar não gera grandes impactos sobre as empresas brasileiras, uma vez que a maior parte das transações internacionais feitas do Brasil ocorrem sob a cotação comercial da moeda norte-americana.

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“Como as empresas nacionais geralmente têm receita denominada em dólar, a queda da cotação do euro ante a moeda americana não traz efeitos diretos e significativos para elas”, explica.

A especialista pondera que, por outro lado, a valorização do dólar apresenta dois lados para as companhias brasileiras. Para as exportadoras de commodities, o cenário é muito positivo, pois ganham mais no câmbio do real para a moeda americana.

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Exemplos práticos são as empresas de petróleo, celulose, trigo, soja, minério de ferro, entre outros produtos que são precificados em dólar no mercado mundial e variam conforme a lei de oferta e demanda no exterior.

Já no caso dos negócios que importam produtos e matérias primas de outros países, o efeito é contrário, tornando o prejuízo maior. Setores como tecnologia e varejo, que dependem de importações, pagam preços mais altos no mercado internacional com a valorização do dólar.

“De fato a valorização do dólar é o principal fator de preocupação das empresas importadoras e exportadoras que atuam no Brasil. Nesse contexto, quem exporta ganha mais e quem importa paga mais caro no câmbio”, observa Janaina.

Atualmente, o dólar norte-americano soma uma queda de aproximadamente 2% em relação ao real desde o início do ano. Enquanto o euro acumula uma baixa de cerca de 14% ante a moeda brasileira desde janeiro de 2022.

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