ECONOMIA

Taxas de juros seguem em alta em meio a risco fiscal e ruídos entre BC e Planalto

A volatilidade persiste mesmo com medidas do Tesouro, enquanto ruídos políticos ampliam incertezas no mercado de juros.

Compartilhe:
2 de julho de 2024
Estadão

O Tesouro tenta conter a volatilidade ao reduzir ao mínimo os lotes oferecidos no leilão de NTN-B e LFT, mas mesmo assim os juros futuros seguem com viés de alta, em linha com o dólar, influenciados pela percepção de risco fiscal. A sessão é permeada pelos ruídos entre Planalto e Banco Central (BC).

Taxas de juros seguem em alta em meio a risco fiscal e ruídos entre BC e Planalto

>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que a decisão da autoridade monetária de interromper o ciclo de cortes de juros se deve mais a ruídos do que a fundamentos econômicos. E rebateu as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que seu trabalho é técnico. “Aumentamos juros na eleição em que Lula foi eleito”. Mais cedo, Lula disse achar que “definitivamente” Campos Neto tem “viés político”.

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

A pressão na curva de juros também continua apesar de a Aneel ter aprovado a redução tarifária da Enel SP a partir da próxima quinta-feira, 4 de julho, com uma economia média de 2,43% para os consumidores.

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<

Às 11h06 desta terça, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,855%, de 10,838%, e o para janeiro de 2027 subia a 12,125%, de 12,078% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2029 subia a 12,425%, de 12,381% segunda-feira no ajuste.

Leia também | Últimas notícias do Portal GCMAIS

Presidente do BC, Campos Neto, comenta sobre taxa de juros

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, importam para o Brasil “em alguma medida.” Ele destacou que o sell-off de alguns ativos emergentes, incluindo o Brasil, tem sido explicado por ruídos locais, mas pode ter a ver com alguma mudança de fundamento.

Também frisou que o prêmio de risco nos mercados emergentes aumentou, enquanto o Fed mantém os juros altos por mais tempo. Juros mais altos, com dívida maior, enxugaram a liquidez do mercado, avaliou Campos Neto.

“Quando você tem muitos sell-offs em vários mercados diferentes, e todos eles são explicados por notícias locais, você tem de se perguntar se há algum fator mais fundamental puxando isso. E eu acho que pode haver”, disse Campos Neto, que palestra em um evento do Banco Central Europeu (BCE) ao lado da presidente da instituição, Christine Lagarde, e do presidente do Fed, Jerome Powell.

Segundo o presidente do BC, o aumento do prêmio de risco em mercados emergentes ocorreu de forma sincronizada à alta dos juros longos nos EUA, mas essa correlação se quebrou recentemente. Na avaliação dele, isso pode ter a ver com a percepção de que os juros americanos continuarão longos por mais tempo, em meio a uma dívida mais alta.

“Você começa a extrair liquidez do mercado e, eventualmente, você está reprecificando essa liquidez”, disse Campos Neto. Apesar do cenário mais desafiador, o presidente do BC considerou que a independência dos bancos centrais nas economias emergentes foi muito útil na pandemia.

 

WhatsApp do GCMais

NOTÍCIAS DO GCMAIS NO SEU WHATSAPP!

Últimas notícias de Fortaleza, Ceará e Brasil

Lembre-se: as regras de privacidade dos grupos são definidas pelo Whatsapp.