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Estudo mostra que professores brasileiros têm orgulho da profissão

Estudo mostra que professores brasileiros têm orgulho da profissão

Alunos da escola estadual Raymundo Sá, no município de Autazes, interagem virtualmente com professores e alunos durante aula a distância produzida no Centro Nacional de Mídias de Educação. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Respeito e justiça são as competências mais relevantes para o exercício da profissão de professor, revelou monitoramento inédito feito pelo Instituto Ayrton Senna com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) sobre competências socioemocionais com professores.

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O mapeamento foi realizado com profissionais da rede estadual paulista em maio e junho do ano passado. A participação foi aberta a todos os educadores da rede, com preenchimento voluntário em formato online.

O monitoramento mostrou que 96% dos professores têm orgulho da profissão e que mais de 90% sentem-se animados por trabalhar com estudantes e felizes quando se conectam com eles. O levantamento também revelou que os educadores querem ajudar os estudantes a lidar com suas emoções e que gostariam de ter apoio para seu desenvolvimento socioemocional, especialmente no autocontrole emocional e na colaboração entre pares.

Para o vice-presidente de Expansão e Relações Institucionais do Instituto Ayrton Senna, Roberto Campos de Lima, a educação já tinha desafios muito importantes do ponto de vista da qualidade, quando veio o fechamento das escolas por causa da pandemia de covid-19.

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“Com o período de escolas fechadas, obviamente, o impacto ficou maior, e uma das coisas que começaram a aparecer foi o desenvolvimento socioemocional do estudante. Mas, como discutir o desenvolvimento socioemocional do estudante sem discutir o desenvolvimento do próprio professor? Falamos com quase 43 mil professores e tivemos alguns achados megaimportantes. Por exemplo, a ideia de grande maioria sente orgulho da profissão, que é importante, já que o senso comum tem um entendimento distinto desse.”

A iniciativa traz um duplo ineditismo: é a primeira focada no entendimento do desenvolvimento socioemocional dos educadores brasileiros. E a coleta de dados foi feita a partir de um instrumento fundamentado em uma matriz específica das competências mais para a atuação dos professores, desenvolvida pelo Instituto Ayrton Senna.

Objetivo

O mapeamento revelou como os professores identificam suas próprias competências socioemocionais no âmbito escolar, com o objetivo de fortalecer o autoconhecimento e apoiar o desenvolvimento pleno dos profissionais da educação.

Mais de 95% concordaram que as 18 competências apresentadas pelo estudo são importantes ou extremamente importantes para as práticas do professor, e mais de 90% dos participantes disseram fazer o seu melhor para ajudar os estudantes a lidar com emoções, reconhecendo a relevância dessa dimensão no ambiente escolar, conforme previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Aplicado com base em uma metodologia de autorrelato e com participação voluntária, o mapeamento deu aos professores oportunidade de expressar suas necessidades enquanto profissionais. Quando questionados sobre quais competências em que mais gostariam de ter apoio da rede para desenvolver, quase 60% indicaram o autocontrole emocional (que ajuda a manter o equilíbrio para lidar com emoções negativas e desafios da rotina escolar).

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Em segundo lugar, quase 50% dos educadores apontaram a colaboração entre pares (definida como habilidade para formar rede de apoio entre os próprios professores, disposição para interagir e aprender com as abordagens pedagógicas dos outros, por meio da troca de experiências). Em terceiro lugar, com quase 44%, o gerenciamento de estresse.

“O panorama para nós é importante, já que, ao longo desses quase 27 anos, o Instituto Ayrton Senna sempre atuou enxergando o professor como parte fundamental da equação para transformar a educação brasileira. Mas, para isso, é preciso trabalhar entendendo esse sonho e quais são seus desafios”, disse o vice-presidente da instituição.

Diante dos dados, o instituto vai apoiar o professor no desenvolvimento de tais habilidades. “Trabalhamos para que o professor consiga fazer um plano de desenvolvimento profissional específico dele, nada em atacado, absolutamente personalizado para o seu autodesenvolvimento. O instituto, cada vez mais, deve trabalhar no que fazemos ao longo de quase 27 anos. A partir dos territórios, por exemplo, passaremos a fazer agora intermediado por tecnologia, para acessar cada vez mais professores. Esse movimento de competências do professor, passará a ser feito conosco a partir da plataforma Humane (Centro de Formação de Educadores).

Formação de Educadores

Nesta quinta-feira (28), às 17h, o Instituto lança o Centro de Formação de Educadores. É uma plataforma gratuita com experiências digitais de desenvolvimento da organização, resultado de diversas frentes de trabalho para promover o fortalecimento de educadores de todo o país, que englobam pesquisas, estudos, implementações em políticas públicas, jornadas formativas e, agora, oferece também novos insumos de maneira aberta e gratuita.

De acordo com o Instituto, o foco é apoiar os educadores que querem se conectar com o a educação do século 21 por meio de experiências de desenvolvimento na sala de aula ou nos demais âmbitos de atuação. O objetivo é ser um elo entre profissionais da educação interessados em aprender, ensinar, compartilhar e cocriar experiências de desenvolvimento para fortalecer práticas, carreiras e, consequentemente, a educação brasileira.

Além da plataforma, debates serão intensificados para auxiliar o professor na criação de seu próprio plano de desenvolvimento. “Vamos intensificar os debates, como esse que nós vamos fazer hoje, trazendo nomes como Maria Helena Guimarães, Mozart Neves e Raquel Teixeira, para debater a centralidade do desenvolvimento do professor, para que ele tenha boas referências. Mas, o professor como protagonista de uma maneira personalizada”, completou Roberto Campos de Lima.

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No evento gratuito desta quinta-feira à tarde, a partir das 17h, o foco é no desenvolvimento do educador. Sob a mediação da socióloga Maria Helena Guimarães, a mesa Fortalecimento do professor e educação continuada traz um diálogo sobre os desafios e caminhos possíveis para ações que conduzam efetivamente ao desenvolvimento integral do professor. Entre os debatedores, o educador Mozart Neves Ramos, a especialista em educação Claudia Costin e a educadora Raquel Teixeira.

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