O número de óbitos não se refere apenas às vítimas do coronavírus, mas a pandemia agrava a situação
Em Fortaleza, número de mortes já supera o de nascimentos no mês de abril
Apesar de ainda estarmos no dia 19, o número de mortos já supera o de nascimentos em Fortaleza durante o mês de abril. Segundo os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, atualizados no último domingo (18), 1.830 pessoas morreram neste mês por causas diversas, enquanto 1.506 nascimentos foram registrados no mesmo período.
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Abril é o segundo mês seguido em que a Capital registra um índice de óbitos maior do que o de natalidade. Em março, os dados do Portal da Transparência indicavam 3.420 mortes e 2.473 nascimentos, uma diferença de mais de 900 registros.
É importante ressaltar que esse número de óbitos não se refere apenas às vítimas do coronavírus, mas a pandemia agrava a situação. Os gráficos indicam que o momento em que a mortalidade supera a natalidade está ligado com o pico da segunda onda da pandemia. Segundo o IntegraSUS, das 1.830 pessoas que morreram em Fortaleza em abril, 577 foram vítimas da covid-19, o que representa cerca de 31% do total de óbitos.
Segundo Jaime Araripe, da Associação Cearense de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-CE), esse não é um problema apenas de Fortaleza, mas de diversas regiões do Brasil. E a disparidade entre a mortalidade e a natalidade pode indicar uma redução na população do País.
“Nos últimos meses, nós estamos observando, em vários estados brasileiros, que o número de mortos está excedendo o número de nascimentos. Historicamente o número de nascimentos é bem superior ao número de mortos. O que isso quer dizer? Que nós estamos diminuindo a população do País, porque mais pessoas estão morrendo do que nascendo”, explica Jaime Araripe em entrevista à TV Cidade Fortaleza.
Além do impacto que a covid-19 causa na quantidade de óbitos, o presidente da Arpen-CE também destaca que a pandemia vem reduzindo o número de registros de nascimentos. Isso, porque, diante da situação do sistema de saúde, os casais estão optando por esperar este momento passar para planejar a chegada de um filho.
“Muitos casais estão postergando o nascimento ou terem filhos, esperando a pandemia passar, com medo de terem alguma complicação. E isto, certamente, impacta no número de nascimentos. Outro fator é que, algumas vezes, as crianças nascem e os pais não vão aos cartórios porque não estão saindo de casa”, afirma Jaime Araripe.
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Em todo o Ceará, até o momento, o número total de nascimentos continua maior do que o de mortos, indicando um aumento na população do Estado. Foram 4.156 mortes registradas em abril, enquanto 4.593 bebês nasceram no mesmo período. Porém, alguns municípios cearenses também indicam uma disparidade entre a natalidade e a mortalidade. Confira o gráfico com alguns deles:
Confira a matéria do Jornal da Cidade
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