Uma mulher dos Estados Unidos que afirmou ter sido acorrentada e deixada pelo seu marido na floresta do distrito de Sindhudurg, na Índia, para morrer sem comida e água, teria mentido e se algemado sozinha, disseram a polícia local e o seu médico à BBC. Lalita Kayi, 50 anos, que foi resgatada há cerca de 10 dias por um pastor de vacas, está recebendo tratamento em uma unidade psiquiátrica e não falou publicamente sobre o caso.
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A superintendente da polícia de Sindhudurg, Saurabh Agarwal, disse à BBC na terça-feira, 6, que Lalita havia dito que não era casada e que provavelmente estava sofrendo de alucinações quando deu seu primeiro depoimento. A polícia disse que ela contou que estava angustiada porque seu visto havia expirado e estava ficando sem dinheiro, então ela teria comprado cadeados e correntes e se prendido à árvore.
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O superintendente do hospital psiquiátrico onde Lalita está sendo tratada, Sanghamitra Phule, contou à BBC que sua condição está melhorando. “Ela come, anda e também faz exercícios. Ela está em tratamento e também estamos dando a ela alguns nutrientes que faltavam em seu corpo”, informou Phule, que disse que sua família foi localizada nos Estados Unidos e que a mulher já entrou em contato com eles por telefone.
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Lalita foi encontrada em 27 de julho por um pastor de vacas. Ele havia levado seu gado para pastar na floresta, quando a ouviu gritar. Após ser notificada pelo pastor, a polícia libertou e resgatou a mulher, que estava extremamente magra e desidratada, apontou a BBC. Ela foi levada ao hospital e, depois que sua saúde física melhorou, foi transferida para a unidade psiquiátrica para tratamento posterior.
Segundo a emissora britânica, a polícia disse ter encontrado com ela uma cópia de seu passaporte – que declarava que ela era uma cidadã dos EUA que veio de Massachusetts – e alguns outros documentos com seu endereço residencial, que fica no estado indiano de Tamil Nadu. Ela também tinha um telefone celular, um tablet e 31 mil rúpias (cerca de R$ 2 mil) em sua posse. Lalita, que inicialmente não conseguia falar, se comunicava com a polícia e os médicos rabiscando notas em um bloco.
A BBC aponta que ela chegou a afirmar que era casada com um homem de Tamil Nadu, alegando que ele a teria acorrentado à árvore. Lalita também alegou ter ficado sem comida e água por 40 dias, o que fez a polícia suspeitar de sua alegação, indicando ser improvável que alguém sobrevivesse sem comida ou água por tanto tempo. Após a repercussão, a embaixada dos EUA se recusou a comentar o caso, citando o direito de Lalita à privacidade, informou a BBC.
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Fonte: Estadão