O senador eleito pelo Ceará e atual ministro da educação, Camilo Santana, aproveitou a cerimônia de posse para destacar que o governo federal pretende realizar um plano de retomada para os programas Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade Para Todos (Prouni). E afirmou que o governo se comprometeu a reforçar o orçamento de universidades e institutos federais. Alfredo Freitas, diretor de educação universitária, acredita que a revisão dos programas do ensino superior no Brasil deve ser urgente.
“Nos últimos anos, assistimos à execução de programas na educação brasileira e ao longo do tempo diversas questões surgiram para serem solucionadas. Entre elas, o perdão da dívida do Fies, os critérios para o programa Ciência sem Fronteiras, a baixa adesão ao Enem, entre outros, precisam ser revistos neste novo governo”, afirma Alfredo Freitas, que tem mais de 20 anos de experiência.
Camilo Santana e o Enem
O novo ministro da educação destacou em sua fala que trabalhará para recuperar a credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que nos últimos anos vem sofrido baixas na adesão de estudantes. Freitas acredita que a baixa adesão ao exame nas últimas edições mostra que o governo deveria pensar uma modalidade online para a avaliação.
“Os programas de governo para o ensino superior precisam ser revistos urgentemente, pois a realidade mudou bastante desde que foram criados até o momento. Entre elas, o perdão da dívida do Fies, os critérios para o programa Ciência sem Fronteiras, a baixa adesão ao Enem, entre outros, precisam ser revistos neste novo governo. O Enem online é uma questão de tempo. O mundo caminha para a digitalização dos processos de ensino e aprendizagem”, afirma o especialista.
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Efeitos do contingenciamento
Durante a gestão anterior, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou diversos cortes que afetaram principalmente as áreas de saúde e educação. O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) apontou que R$ 208 milhões foram retirados dos orçamentos dos institutos federais.
Residentes de medicina também sofreram com os cortes, o recurso para pagar 14 mil dos salários foi zerado e o ministério ainda previu que faltariam à pasta R$ 65 milhões para as remunerações que deveriam ser pagas agora no início de janeiro. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também sofreu com corte de pelo menos 200 mil bolsas.
“O governo precisa solucionar de forma rápida o contingenciamento de recursos impressos na Capes para estancar a alta fuga de pesquisadores e doutores do Brasil. A fuga de cérebros nunca foi tão latente em nosso País. O perdão da dívida do Fies, por exemplo, provoca um rombo fiscal no Brasil e, até agora, não tem previsão de solução para esta questão”, afirma Alfredo Freitas, que é especialista em educação com 20 anos de experiência.
Nos últimos dois anos, houve um aumento de 40% no número de cientistas brasileiros que migraram do Brasil para os Estados Unidos. Dados do Departamento de Imigração norte-americano mostram que vistos de EB-1 e EB-2 são as principais buscas desses profissionais. Alfredo Freitas, acredita que a única forma de evitar a perda desses pesquisadores é o investimento de programas e bolsas de pesquisa. Por isso, a revisão dos programas por parte de Camilo Santana é tão importante.
“A fuga de cérebros é um problema real que o Brasil enfrenta. Nos EUA, aumentou, e muito, a procura por pesquisadores e doutores estrangeiros que busquem se aplicar na ciência e pesquisa do país. O governo brasileiro precisa agir urgentemente para reter estes talentos no território nacional”, pondera Freitas.
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