Política

Emenda Pix: Gonet pede ao STF suspensão imediata por risco nas eleições

Procurador-geral da República pede ao STF que declare inconstitucionais as ‘emendas PIX’, destacando riscos de falta de transparência e controle dos gastos públicos.

Compartilhe:
7 de agosto de 2024
Estadão

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal que declare inconstitucionais as ‘emendas PIX’ – transferência direta de recursos federais sem transparência, controle de aplicação das verbas ou fiscalização do Tribunal de Contas da União. O PGR diz que é patente a “deturpação do sistema republicano” de acompanhamento dos gastos públicos. A avaliação é a de que o mecanismo, revelado pelo Estadão, não é “admissível”, considerando a falta de transparência e de rastreabilidade dos recursos.

>>>Clique aqui para seguir o canal do GCMAIS no WhatsApp<<<

Gonet pede que a Corte suspenda imediatamente os dispositivos que regulam as emendas Pix destacando os riscos das transferências especiais em períodos eleitorais, como o que se inicia neste mês. O PGR vê possibilidade de danos “irreparáveis ou de difícil reparação ao erário”, com “mal ferimento dos deveres estatais de transparência, máxima divulgação, rastreabilidade e controle social dos gastos públicos”.

>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<

A ação foi impetrada nesta terça-feira, 6, quase uma semana após o ministro Flávio Dino determinar que o governo e o Congresso deem total transparência às emendas Pix. Dino ainda estabeleceu critérios para a liberação dos recursos, determinando que o governo federal só efetue os repasses quando foram preenchidos os requisitos constitucionais da transparência e da rastreabilidade.

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<

Tal decisão foi proferida no bojo de uma ação movida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.

Segundo a PGR, há dúvidas sobre a legitimidade da Abraji para questionar as emendas Pix. Assim, a ideia de Gonet foi “garantir que o tema seja apreciado pelo STF”. O chefe do Ministério Público Federal pediu que a ação seja distribuída também ao gabinete de Dino.

Na ação, Gonet comparou as emendas Pix com o orçamento secreto – já derrubado pelo STF, mas cujo cumprimento ainda é discutido na Corte máxima – vez que “omitem dados e informações indispensáveis para o controle da execução dos recursos transferidos, provocando perda de transparência, de publicidade e de rastreabilidade”. Segundo Gonet, as transferências de tal natureza geram “prejuízo inaceitável” ao modelo de controle sobre a aplicação de verbas federais.

“As assim chamadas “emendas PIX”, desprovidas das ferramentas de fiscalização constitucionais, arriscam a se convolar em instrumento deturpador das práticas republicanas de relacionamento entre agentes públicos, propiciando o proveito de interesses distintos dos que a atividade política deve buscar”, argumentou.

Segundo o Gonet, as emendas Pix implicam em “inequívoca degradação” do papel do Executivo de planejar e executar o orçamento. O PGR destacou que, no caso das transferências especiais, a distribuição de recursos é imposta pelo parlamentar autor da emenda, “que não é cobrado a definir com mínima precisão a finalidade e a destinação do recurso e também escapa aos mecanismos de controle democrático sobre as vicissitudes desses recursos”.

Leia também | Últimas notícias do Portal GCMAIS

Fonte: Estadão

WhatsApp do GCMais

NOTÍCIAS DO GCMAIS NO SEU WHATSAPP!

Últimas notícias de Fortaleza, Ceará e Brasil

Lembre-se: as regras de privacidade dos grupos são definidas pelo Whatsapp.