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Cresce número de transplantes de fígado por excesso de gordura

Ceará tem cerca de mil pessoas na fila por transplante de órgãos

Foto: Divulgação

A mudança nos hábitos de vida e alimentares das últimas décadas, que fez crescer de forma preocupante os índices de obesidade, está também impactando a saúde do fígado. No Brasil e em outros países do mundo vem aumentando rapidamente o número de transplantes de fígado em consequência do excesso do depósito de gordura no órgão.

O problema é chamado Esteato-hepatite não alcoólica (NASH, do inglês Nonalcoholic Steatohepatitis) e se dá principalmente pelo acúmulo de gordura abdominal. Diabetes e aumento de colesterol e triglicerídeos no sangue também têm papel relevante nesse quadro. O depósito provoca alterações no órgão e pode evoluir para cirrose e, eventualmente, câncer hepático.

O médico Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, cirurgião do aparelho digestivo e especialista em transplantes de fígado e órgãos do aparelho digestivo, explica que, durante muito tempo, as doenças que levavam a transplante de fígado em maior número eram cirrose alcoólica e câncer, mas o cenário vem mudando em ritmo acelerado. Nos Estados Unidos, estudos apontam que a NASH pode afetar até 12% da população e já é a principal causa de transplantes desse órgão entre mulheres e pessoas idosas e a segunda causa de câncer primário de fígado. O mesmo fato também começa a ser observado no Brasil.

A Esteato-hepatite não alcoólica é, na maioria dos casos, uma doença assintomática ou pode provocar uma leve dor abdominal. “O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais e de imagem, como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética, que vão mostrar o órgão aumentado e as alterações no exame físico e exames de sangue, que caracterizam uma síndrome metabólica. Eles são associados ao histórico do paciente, analisando seu estilo de vida, alimentação, consumo de álcool, entre outros fatores”, explica Dr. Carneiro. Caso esse conjunto de informações ainda não seja suficiente, uma biópsia no órgão pode ser necessária. 

Por se tratar de uma doença silenciosa, o especialista alerta que é fundamental realizar exames periódicos de prevenção para acompanhar a saúde do fígado. Pessoas com obesidade, sobrepeso, gordura localizada no abdômen e doenças crônicas como diabetes devem dar atenção especial com consultas periódicas ao seu médico.

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Ainda não existem medicamentos eficazes para combater o acúmulo de gordura no fígado. Quando diagnosticado, para evitar que ele evolua para cirrose, o problema deve ser controlado com uma mudança significativa nos hábitos de vida com enfoque principal em perda de peso e com alimentação balanceada evitando alimentos muito gordurosos ou ultraprocessados, controle dos índices de glicose, colesterol e triglicérides no sangue e prática de atividade física.

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